Acredito mesmo que escolhemos o que queremos ver.

Acabei ontem a season 3 do House of Cards. Para mim, esta será a melhor temporada desta fabulosa série. Elemento transversal ao longo de toda esta temporada? a relação de Francis com Claire, a maneira como vivem o seu casamento, a forma como estiveram ao lado um do outro, para o bem e para o mal, nos períodos mais significativos das suas vidas. Uma relação longe de ser pacífica, altamente conflituosa, tremendamente interesseira, com jogos de poder constantes na tentativa de perceber quem, afinal, beneficiou de quem. Igualmente transversal, acontecem outras relações, paralelas, difíceis, outras famílias, e sempre a mesma questão de fundo: a importância e a dificuldade de amar, num casamento, numa relação fraterna, numa amizade.

Hoje, como quase sempre ao sábado - fruto, principalmente, do desejo da minha mais-que-tudo - vimos mais um Alta Definição. É o tipo de programa que normalmente não escolho ver mas que, quando está a passar, tem o condão de me agarrar. Mais uma vez, naquilo que é quase uma constante em todas as entrevistas, o valor da amizade, da família e da fé, omnipresentes nas vidas vividas dos entrevistados. É o que eu  mais gosto naquelas entrevistas: a desconstrução da personagem para que possamos ver a pessoa. Não sou ingénuo ao ponto de tomar tudo aquilo como verdade absoluta, mas também não creio que seja isso o mais importante. Aquilo que importa verdadeiramente é que se eles referem a família, a fé e as amizades é porque reconhecem nesse triunvirato alicerces importantes que, se não os têm, gostariam de os ter. Na esmagadora maioria das entrevistas que vi, sempre a mesma questão de fundo: a importância e a dificuldade de amar, num casamento, numa relação fraterna, numa amizade.

Por vezes sinto-me sintonizado com a vida. Como se todo o universo conspirasse para me chamar a atenção num determinado sentido, num determinado rumo. Não sei se acredito nisso, em boa verdade. Não sou muito dado a convicções cósmicas. Mas acredito que a vida se encarrega de, em determinadas alturas, nos chamar a atenção para aquilo que é importante. Seja por séries de televisão, seja por notícias ou entrevistas, seja, fundamentalmente, por todos aqueles que nos amam. Basta estarmos atentos. E abertos. E receberemos coisas boas.

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