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A mostrar mensagens de novembro, 2012
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Tenho-me deliciado com o último livro do José Tolentino Mendonça: Nenhum Caminho Será Longo. Adoro quando encontro nas palavras aquilo que sinto há muito tempo e nunca consegui exprimir adequadamente. É um livro que tenho vindo a saborear, com muito calma, pausadamente, profundamente, como convém. E que me tem levado a revisitar - ainda que apenas cá por dentro - novos e velhos amigos à medida que o vou lendo. Quem me conhece sabe como prezo a amizade. Como tenho vindo a aprender a vivê-la, solta, sem amarras, completamente livre, como deve ser. E também como por vezes é mal entendida, confundindo-se liberdade para ser e para estar com desinteresse. A amizade, que tenho a sorte de ser quotidianamente demonstrada, alimenta muito do que são os meus dias e torna o meu quotidiano muito mais feliz. No entanto, tenho que confessar que não é a amizade que me sustém, mas o amor. Ainda ontem, ao final da tarde, fomos todos jantar ao McDonald's. Foi mais uma oportunidade de construçã
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Pela minha net quotidiana abundam os velhos e novos amigos. Aproveito para os revisitar, ainda que apenas deste lado do ecrã. À falta de melhor - e o melhor seria estarmos novamente juntos, olhos nos olhos - fico feliz por saber que vão estando bem, que vão trilhando os seus próprios caminhos, com maiores ou menores dificuldades, como é natural. Volta e meia lá vem algo mais pessoal, mais dirigido a mim, e eu fico feliz, claro! Apesar de saber que o meu papel é semelhante ao dos andaimes, sabe-me muito bem saborear uns miminhos. Ainda há pouco tempo conversava acerca desta "distância", controlada e voluntária, que me esforço por manter particularmente para com aqueles que, sendo importantes para mim, devem ganhar autonomia. E isto tanto é válido para os meus filhos como para os meus amigos mais novos, como até para os meus pais. Creio que sempre tive a consciência que facilmente crio dependências mútuas. Quando gosto de alguém tendo a permitir que ocupemos demasiado temp
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Empanquei logo na página sete, na aceitação serena dos limites como segredo profunda da amizade profunda. Depois disto, que li já lá vão dois dias, não consegui ler mais. A aceitação serena dos limites! Não foi agora que lá cheguei, com este trecho, mas fico sempre muito feliz quando vejo esparramado numa página a confirmação do que vida já se encarregou de me demonstrar. Na amizade profunda há uma partilha do ser, tal como é, sem subterfúgios, sem nada na manga, em joguinhos. É muito o WYSIWUG (o que vês é o que tens), típico da informática dos primeiros tempos, que não vivia tão embrulhada na fantasia. E eu gosto disso. Gosto de não ter que me preocupar com o que se diz ou pensa, explorando os limites de cada um, descobrindo os limites de cada um. Gosto da abertura, da possibilidade de corrigir e ser corrigido sem aquele medo de ficar acorrentado ao que foi dito. Porque isso é o que separa a amizade profunda: um On e Off que pode ser feito a qualquer momento, mas que, por escolha