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A mostrar mensagens de novembro, 2018
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Acho sempre extraordinário quando consigo desmontar algumas das minhas ideias feitas. Tenho uma larga tendência para deitar pela boca fora algumas - para mim - verdades absolutas que a vida se encarrega de desmoronar. Uma delas é que a idade não é um fator importante para mim. E depois olho para o que escrevo e percebo que este tema anda perto da obsessão. No entanto, há verdades que ainda o são e sempre o foram. A procura de mim próprio, por entre o imenso emaranhado do que eu sou, será, porventura, a minha maior verdade. Agora com uma nova roupagem, fruto de uma certa pacificação que a idade me foi trazendo, mas ainda assim, verdade. Ontem, na homilia, o Padre Rosas falava acerca disto, da verdade, da verdade de cada um, da conveniente verdade de cada um que para tudo encontra a mais conveniente justificação. E de como isso nos afasta de nós próprios. Acontece-me muitas vezes nas suas homilias escutar apenas uma infinitésima parte delas, porque me remetem para esse tal emaran
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Ali estava eu, diante das 4 pessoas que tinha diante de mim para cantar, a pensar na mais de dúzia que devia lá estar e não estava. E dei comigo a pensar coo dirigir é um trabalho muito solitário. Qualquer que seja a atividade. Qualquer que seja a equipa. Vesti o sorriso, levantei os braços, e começamos a cantar. Houve fases na minha vida em que não dirigia nada. Era um excelente nº dois mas um péssimo nº 1. Talvez porque nessa altura a minha preocupação em ser gostado se sobrepunha a tudo o mais. A eficácia, a responsabilidade, o trabalho, eram levados a sério mas sempre sob aquele olhar inquisidor: espero que gostem de mim". Á medida que o tempo passa isso vai deixando de ser tão importante. Importa mesmo é que os meus gostem de mim. Sobretudo a longo prazo porque, como pai, também não posso ficar à espera que eles fiquem contentes quando os impeço de fazer algumas coisas. Os outros também são importantes. Muito importantes. Mas já não são decisivos. Á medida que vou diri
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Eu gosto dos últimos. Sempre gostei. Talvez porque sejam os meus, o meu meio, aquele onde me situo com maior facilidade, aquele onde eu posso ser eu de peito aberto. Nos últimos existe apenas a realidade, quase sempre de forma bruta, pouco trabalhada, primária, e isso confere alguma tranquilidade. Com os últimos tanto posso receber um abraço como um banano, vindos do nada. Há ali autenticidade. Nos gestos, nas palavraa, nas ações. Gostas, gostas; não gostas, adiante que atrás vem gente. Não é uma questão de gosto, portanto. Talvez de inquietação. Talvez porque quando a balança pende demasiado para um lado eu tenda a olhar para o outro lado. Talvez porque muitas vezes prefiro olhar o olhar das pessoas quando olham um acontecimento que olhar o acontecimento em si. A verdade é que ao longo do fim de semana me dei a perguntar quem são, hoje, os últimos. Sobretudo para nós, cristãos, católicos. Quem são hoje os últimos? Pensamos imediatamente nos que atravessam o mediterrâneo tendo a