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A mostrar mensagens de agosto, 2016
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Recordo o verão da minha infância com saudade. Não apenas as intermináveis brincadeiras de rua, que terminavam já a noite ia alta, ou as idas à praia com o tijolo a tocar a altos berros no velhinho 88 que ia de São Roque ao Castelo do Queijo. Nem sequer os naturais e desejáveis amores de verão, que tinham tanto de intensos como de fugazes, inevitavelmente levados pelas águas das primeiras chuvas. Recordo particularmente os imensos momentos que tinha apenas comigo, e os meus livros e os dias inteiros para ler. Recordo as descobertas que fiz através da literatura, as coleções que comprava e vendia no velho alfarrabista do Bonjardim, que me devia achar alguma piada porque me dava mais livros que aqueles que eu lhe entregava. E depois, começada a escola, recordo o caminho interminável, sempre percorrido a pé porque não havia autocarro, pelo menos duas vezes por dia, outros bem mais, ou porque vinha almoçar a casa, ou porque ia aos treinos de uma das muitas atividades desportivas que fui
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"Olá. O meu nome é Zé Pinho. Sou casado, tenho cinco filhos." Já muitos miúdos e graúdos ouviram isto da minha boca. É fácil de dizer e diz o essencial de mim - como é dito num contexto de formação católica, a outra parte que me é essencial está subentendida. Desde sempre que tivemos muitos filhos. Que agora estão um pouco espalhados. Na próxima semana terei uma em Vila Real, outra nem sei bem mas sei que é numa aldeia do interior (um pai não consegue saber tudo!) outra no Algarve a trabalhar e outro na Tanzánia, em missão. E o mais novo já disse que tem que arranjar maneira de se por ao fresco, que não está para servir de velinha as férias todas. Mesmo aquela tradicional semana de todos juntos não foi possível este ano. Uns iam e outros vinham mas nunca estivemos todos ao mesmo tempo. Viver com os filhos longe é uma aprendizagem. Mais uma. Se por um lado ansiávamos ambos que esta altura chegasse, se ansiávamos pelo nosso tempo, sem darmos justificações, sem pensarmo