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A mostrar mensagens de agosto, 2012
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Para mim, essa coisa de os filhos terem idade é treta. Não é que eu os veja sempre como bebés, como se tivessem nascido há quinze dias, nada disso. É que os vejo sempre como meus filhos, e isso não tem idade, vai para além de qualquer conceito de tempo. Nada, absolutamente nada há de mais importante para mim que os meus filhos. Até acredito que eles nem sequer notem isso, mas não há momento algum na vida deles que me passe ao lado, que me escape, que me seja indiferente. Não há acordar, trejeito, olheiras, má disposição, canto ou alegria que eu não note, que eu não leia. Posso não dizer nada, posso não tocar no assunto, posso fingir que não aconteceu ou que não é nada comigo, porque eles precisam do seu espaço, de conquistar a sua autonomia, de aprender a lidar com as coisas boas e más da vida, mas a verdade é que, como qualquer pai, sou completamente açambarcado pelas suas vidas. E tenho um enorme prazer nisso.
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Aos pouquinhos, muito lentamente, ansiosamente (no meu caso), vou fazendo com que a vida volte ao seu estado normal, a ter um pouco mais de ritmo, de azáfama. Eu gosto das férias. Pelo menos dos primeiros cinco dias. Depois a coisa já começa a ficar complicada. Não sei bem o que fazer e organizo tudo o que há a organizar, antecipo movimentos, faço esquemas e mais esquemas, arrumo a casa (ou seja, o meu computador) e leio e vejo o que noutras alturas não tenho tempo para ver ou ler. E olho para o relógio e ainda é manhã. Naturalmente, quando partilho isto com alguém, olham-me de lado. Então se o fizer cá em casa a primeira coisa que me perguntam é se gosto assim tão pouco de estar com os meus, se preciso de me refugiar no trabalho. Mas na primeira oportunidade são eles a reivindicarem o seu próprio espaço e ao seu desejo de sair com os amigos. Mas a questão não é essa. Eu adoro os meus, todos os dias, não apenas nos dias de férias. Mas a verdade é que ao fim de 15 dias já estam
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Acordo qualquer coisa mais tarde - não muito, sou um homem das manhãs - mas com muito mais calma, tomo o pequeno almoço pausadamente, com alma, saboreando, tomo o meu duche com calma, saboreando-o, passamos uns pelos outros e sentamos, conversamos, rimos, tocamos e cantamos, com  calma, saboreando-nos mutuamente. São isto, essencialmente, as nossas férias. Não apostamos muito em correrias, aeroportos, aventuras, que constituem quase o nosso quotidiano normal, mas no oposto: estando, com calma, uns com os outros. Para muito é esquisito - mesmo os meus filhos têm alturas em que não o entendem muito bem - mas para nós é essencial. Um tempo de reencontro, de verdadeiro descanso ativo, de desfrutamento, de recuperação de tudo aquilo que foi sendo adiado pelo natural correr dos dias. Espanto-me quando me apercebo que estamos apenas no terceiro dia de férias. O tempo agora não corre, vai passando, lentamente, como convém a quem se ama. Deus seuja louvado!