Eu tenho um modelo. De vida, de modo de ser e fazer. Bem claro, bem concreto, bem definido. Bem presente, no meu quotidiano, no meu olhar, na minha forma de olhar. Jesus não é, por isso, apenas uma personagem histórica entre tantas outras personagens históricas que estudo, que conheço, que admiro profundamente e tento até imitar. Eu não tento imitar Jesus. Eu tento, empenho-me, esforço-me em me deixar moldar por ele, transformar-me por ele, ser ele, sabendo que ainda que vivesse setenta vezes sete vidas, jamais seria digno de ter os meus pés por ele lavados. Mas esta é uma perda por comparação da qual saio sempre vitorioso porque, ainda que eu não consiga ser como ele, só o facto de o tentar, e tentar sempre, faz de mim alguém melhor. Ser cristão, ser católico, não é por isso apenas mais um aspeto da minha personalidade. É o fundamento, a base, a pedra angular a partir da qual tudo é, em mim, por ele edificado. Acolher, qualquer que seja a circunstância, qualquer que seja a situação,