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A mostrar mensagens de fevereiro, 2017
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Os processos de canonização mexem sempre comigo. Assim como algumas coisas da Igreja Instituição que, com demasiada frequência, me parecem ser mais contra-testemunho que caminho. Fátima é um bom exemplo dessa contradição que sinto. Gosto muito de estar em Fátima, no recinto, na capelinha das aparições, mas tenho quase sempre que fazer um esforço mental para me desligar das aparições. Não preciso nada que Nossa Senhora tenha aparecido a uns pastores para viver a minha fé em Fátima, que é muito mais experiência de comunhão com a Igreja no mundo que circunscrição a uma determinado acontecimento. Que ainda por cima é, para mim, altamente duvidoso.  A somar a isto, em Maio estarei lá com muita gente boa para acolher o Papa. Iremos provavelmente cantar e dançar muito e rir muito e rezar muito também. E acolher o Papa Francisco que, apesar de estar longe de ser o meu Papa preferido - continua a ser Bento XVI - acredito que é o Papa que a Igreja precisa neste momento. Eu acredito mesmo na
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Discutíamos ontem à mesa acerca dos papas que nos têm dirigido nos últimos anos. Sabemos perfeitamente que a nossa discussão é inócua. Não somos chamados a votar num papa, a sua escolha não nos responsabiliza em nada enquanto católicos e membros da Igreja, e que temos mais é que o aceitar, gostemos dele ou não. Mas isso não nos coíbe de discutirmos a Igreja e o papa e os cardeais, o Vaticano, o padre e o sacristão. Se o resultado prático é nulo, o resultado interior para cada um de nós e enquanto família é muito positivo. O espírito crítico que desde sempre foi incentivado nos meus filhos - não temos assuntos tabus e tudo é discutível desde que se consiga argumentar - é arriscado mas é fundamental. Ao longo do seu crescimento tivemos algumas alturas em nos preocupamos com as suas opiniões e decisões, mas a liberdade de acreditar sempre foi ponto assente entre nós. Por muitos riscos que se corram, são sempre menores que os decorrentes da manipulação de uma cabeça com pouco uso. E a
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No Silêncio, a presença daquele japonês que apostasava com extraordinária facilidade era a minha salvação. Sempre que ele se encontrava em perigo não hesitava em salvar a própria pele. Claro que depois vivia atormentado por si próprio, pela sua cobardia, pela sua falta de fé, pela sua persistência na sobrevivência a qualquer custo. Que descambava, inevitavelmente, numa não vida. São evidentes as ligações a Pedro, que negou Jesus com a mesma facilidade. É típico dos que, como eu, têm raízes pouco profundas e por isso passam a vida a questionar o que - e se - vale ou não a pena. Como diz a canção - sábia, como todas as canções e ditos populares - não me invejo de quem tem carros, parelhas e montes, só me invejo de quem bebe a água em todas as fontes. É essa a minha maior inveja, provavelmente porque é essa a minha maior e mais antiga culpa: a falta de raízes, de certezas firmes e seguras que me impeçam de me questionar e me permitam desfrutar da água fresca, diretamente da fonte. Há