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A mostrar mensagens de março, 2023

20230330

Hoje, no GEP3M - Grupo que Escuta a Palavra e a Põe em Prática como Maria - que tem sido uma excelente forma de refletir e rezar o evangelho de cada domingo próximo, dizia que Jesus amou sem limites, que ninguém lhe tirou nada porque, antes, Ele já o tinha oferecido. Embalado, como fico sempre que falo do que verdadeiramente me apaixona, dizia ainda que Amar até ao limite é essa dispensa do compromisso, do que tem que ser, em favor da pura gratuidade do amor, do dar absolutamente de borla, sem exigir nada em troca.  Acontece-me muitas vezes encher a boca com coisas destas, que são tão bonitas de dizer quanto difíceis de realizar. Na prática, até o podemos dizer, olhos nos olhos, convictos que essa é, na realidade, a mais bela maneira de amar: querendo apenas o bem da pessoa amada, em total liberdade, fazendo vida do velho ditado do pássaro libertado que, se voltar, será nosso para sempre. A questão é o que fica a corroer a alma assim que largamos a mão de quem amamos, e lhe sentimos a

20230327

Ainda que não o desejemos, ainda que o recusemos, ainda que não tenhamos disso consciência, a nossa vida configura-se com a vida de Jesus. Ou melhor, é a Sua vida que se configura com a nossa própria vida. Talvez por isso, o período da Quaresma me seja tão significativo e a Via Sacra seja, provavelmente, o meu ritual preferido. Sendo sempre doloroso, não me é nada difícil reconhecer-me naquele caminho. Também eu caí bem mais que uma vez, também eu tive (mais que) um cireneu, também eu tive quem, recorrentemente, me limpasse o rosto, e também eu, depois de chorar baba e ranho e ter duvidado de tudo e de todos na maior das solidões (sempre auto-infligida e auto-imposta), acabei por ressuscitar. Por isso, nada na Via Sacra me é estranho. E nada em Jesus me é estranho. A não ser a responsabilidade, que é sempre minha, exclusivamente minha, feita à custa de escassa racionalidade e de um certo embarcar na fantasia ignorando a realidade do chão que piso. Não me recordo de alguma vez ter podid

20230316

Por vezes, a tentação de ser de novo é enorme!. Fazer reset, como se de um computador eu me tratasse, limpando o histórico sem deixar rasto, podendo-me apresentar ao mundo de cara nova. Por vezes há a ilusão que o perdão é isso mesmo, um recomeçar total e absoluto, a partir da raiz, deitando fora tudo o que já provocamos. Não é isso que somos. Não é assim que somos. Muito menos é a isso que somos chamados a ser. Se se tratasse apenas de nós, se nos focássemos apenas em nós, se apenas nós contássemos, isso até seria possível. Mas nunca somos apenas nós. As consequências nunca são apenas nossas. Por isso, nunca somos de novo, carregamos a nossa vida e a imperiosidade de viver a partir da nossa vida. O que não seja isto é ilusão. E alienação. Quando magoo e me arrependo, quando não sou digno e me arrependo, quando estou errado e me arrependo, não posso fingir que não magoei, falhei ou errei. Não o posso apagar nem de mim nem dos outros, mas tenho que tentar refazer, reconstruir a partir d