Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2015
Imagem
Não conheço melhor pauta para uma vida feliz que o genuíno sentimento de gratidão. Volta e meia - particularmente quando começa a cheirar a férias e me permito dar largas ao cansaço acumulado - torno-me ainda mais rezingão. É aquela altura que me chateia profundamente, entre o está quase e o ainda não, em que a meta está já ao alcance do olhar mas ainda temos que batalhar para a alcançar. Dependendo da intimidade, quando me perguntam como estou, nessas alturas posso responder qualquer outra coisa que não o inócuo "tudo bem". Nada de mais. É como se estivesse a esfoliar a alma, a prepará-la para receber nova sementeira, novos projetos, novas formas de fazer e precisasse de deitar algo fora. Mas basta-me parar um pouco, distanciar-me um pouco, ver as coisas um pouco mais ao de longe, sem estar nelas permanentemente mergulhado, para as reapreciar, para voltar a ver nos que me rodeiam o tanto que os torna tanto. Basta-me pegar num dos tempos em que, nesta altura, tenho ma
Imagem
Ontem, numa das muitas reuniões de avaliação que são comuns nesta altura do ano, foi-nos partilhado um agradecimento ao Fredo: "... foi um elemento imprescindível. A relação e a empatia que criou com os jovens e o exemplo de liderança servidora que demonstrou merecem o nosso sincero agradecimento." Para além do seu sorriso de menino sem jeito enquanto escutava isto, saltou-nos ao ouvido a "liderança servidora" porque define exactamente a forma como ele lida com os miúdos. Como o conheço há muitos anos, como sei o que não via ele em miúdo e posso compará-lo e aprender todos os dias com o imenso que ele é, o Fredo é um alerta permanente para mim. Prova-me, todos os dias, à saciedade, como não posso ser precipitado nos juízos e como tenho que fazer mais vezes das palavras atos. Sei que, a determinada altura, ele sofreu uma acentuada transformação. Sei também - porque é ele próprio quem o afirma - que o RAIZ lhe deu o terreno e as sementes necessárias para que ele
Imagem
Vejo balões e vejo-me miúdo, solitariamente traquina, a fazer do tempo sonho e dos sonhos tempo, mergulhado nos imensos livros que me faziam companhia e a partir dos quais viajava, intensa e frequentemente. Lembro-me do meu amigo Dom Quixote, com quem muitas vezes me acho parecido, correndo atrás do que rapidamente se esfuma, cego e surdo à realidade que os outros, infrutiferamente, teimam em me colocar à mercê dos olhos e dos ouvidos. Alegremente mergulhado nessa espécie de sonho e ilusão, quero ignorar o mundo que se passa lá fora, fora de mim e do que se passa dentro de mim, como se nada mais existisse, como se nada mais contasse, como se nada mais importasse, porque naquela altura nada mais importa, mesmo. Não fosse a inevitabilidade da imposição da realidade que demonstra que os moinhos de vento não passam de moinhos de vento, e acreditaria que poderia viver assim para sempre. Não fosse o ter que aterrar, por vezes violentamente, e ter que me confrontar com as consequências dos
Imagem
Falávamos ontem de alguém que, por mais que tente, não consegue atingir os seus objetivos. Está já naquele ponto, que muitos de nós já conhecemos, de prévia certeza que tudo vai correr mal, que tudo vai redundar em mais um falhanço a toda a linha. E contribui assim, ativamente, para que efetivamente falhe. Na minha vida tive recuei muitas vezes. Já fugi, já me escondi, já me refugiei, já procure forças e lugares e pessoas diferentes para recomeçar a partir de coisa nenhum,a onde não me conhecessem, com quem não me conhecesse, numa tentativa de me dar a mim próprio uma oportunidade de fazer diferente. Da última vez que o fiz, no meu último reset, fui ganhar cerca de um terço do que ganhava até aí e não me importei minimamente com isso. O que me importava era mesmo recuperar-me, aos meus olhos e aos dos outros, e para isso o sucesso profissional, visto pelo comum dos prismas, visto pelos outros, era-me perfeitamente escusado. Muito mais que do sucesso, eu tinha saudades era de mim m
Imagem
Enquanto nos debatíamos com uma sandocha de leitão, perguntou-me se eu eu não achava que o que acabáramos de ouvir desmistificava Jesus. Passáramos a tarde com Juan Ambrosio, numa daquelas formações a que todos os homens de boa vontade deveriam participar sob pena de viverem a vida menos vivida. E menos percebida. De desconstrução em desconstrução, foi dando nomes às coisas, conduzindo-nos e ao nosso raciocínio como apenas um mestre sabe fazer. Não admira, portanto, que já a caminho de casa, as suas palavras fizessem ainda caminho dentro de cada um de nós. Calculo que nos habitarão ainda por algum tempo! Como me acontece muitos vezes, à medida que fomos conversando sobre a desmistificação de Jesus, fui fazendo a minha própria descoberta, fazendo o meu próprio percurso, fui empalavrando Jesus, para utilizar a expressão do Juan. Recordei-me de algo que ainda há pouco tempo escrevi aqui, da desmistificação dos autores bíblicos, que afinal eram pessoas simples. Como também nós somo