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A mostrar mensagens de maio, 2012
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Agora mesmo fiquei muito feliz com a boa notícia da Maria João e do MEC:  http://jornal.publico.pt/noticia/30-05-2012/desmorrer-24625658.htm Nunca conheci ninguém que não deseje, profundamente, por vezes inconfessadamente - até para si próprio - um grande amor, alguém com quem partilhar a vida, o testo da sua panela, aquela pessoa com quem tudo passa a ganhar um novo sentido. Os anseios profundos de liberdade, de gozar a vida, de aproveitar tudo ao máximo, rapidamente dão lugar ao enfado, ao mais do mesmo, ao vazio profundo quando se chega a casa e se confronta com a própria sombra. Não nos completamos a nós mesmos sem o outro, sem aquele que nos serve de testemunha, de fiel da balança, de companheiro de conversas e vivências, de partilha profunda de tudo aquilo que a vida tem de mais profundo. Há já muitos anos que espero, silenciosamente, pelo recrudescimento do amor de compromisso. À euforia sexual dos anos sessenta seguiu-se a euforia dos copos e, mais recentemente, a eufor
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Por vezes, temos alturas em que as forças se unem para repararmos naquilo que é mais importante. Desde a semana passada que, por variadíssimas instâncias, aparentemente sem qualquer ligação entre si, tenho sido levado a recordar a amizade como o mais nobre dos sentimentos. Desde conversas sérias, longas e profundas - como a verdadeira amizade é - a programas de podcast, a encontros com amigos de longa data - eu sei,  nunca nos reencontramos com os amigos de longa data simplesmente porque nunca nos separamos deles  verdadeiramente - naquilo que tem constituído uma boa parte e uma parte boa dos meus dias. Há muitos anos que considero a amizade o mais nobre dos sentimentos. Ainda ontem, enquanto escutava o Júlio Machado Vaz no seu absolutamente delicioso podcast, deixava-me navegar pelos (poucos) bons amigos que tenho, alguns de longuíssima data outros muito mais recentes, uns mais velhos que eu, outros bem mais novos, e todos tão importantes para o meu parco equilíbrio afectivo. 
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"...sabemos que pertencemos ao mesmo mundo:  o mundo dos que se amam e querem ficar de olho um no outro." Há pessoas de quem não nos conseguimos esconder. Há pessoas de quem não nos queremos esconder. Há pessoas para quem nos queremos revelar, o mais rapidamente possível, o mais abertamente possível, para que possamos apresentar-nos tal como somos, simplesmente como somos, sem nada na manga, sem subterfúgios ou manchas.  Há pessoas para quem qualquer revelação não constitui surpresa porque algures, em qualquer momento, já nos conseguiram ler, voluntariamente, inadvertidamente, sem querer ou querendo-o, apenas porque sempre souberam que aconteceria assim. Há pessoas com quem nos encontramos mal nos conhecemos, com quem nos descobrimos, com quem nos refazemos, com quem nos reconstruímos depois de deixarmos os cacos espalhados pelo chão. Há pessoas por quem esperamos, sempre, com o coração inquieto, desassossegado, ansioso, porque sabe que vai mudar de lugar e passa
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Hoje, foi um dia... Estava a arrumar o computador e vi-os. Uma série de textos que escrevia em Quelimane quando o sono teimava em não sobreviver ao chamamento muçulmano das 5 da manhã. Li, reli, e quase não me reconheci naquelas palavras. Meu Deus! Já foi há tanto tempo! Como sempre acontece - cada vez mais forte! - fiquei com uma saudade daquelas ruas, daqueles meninos, dos meus meninos, da nossa casa, do nosso "santuário" onde fomos tão nós e tão felizes. Olho para aqueles textos como quem olha para uma pintura abstracta e tenta descortinar o que ia na cabeça do autor para ter feito tal coisa. Hoje, foi um dia... Tive que me resignar. Que deixar que, tal como acontecia em Quelimane depois daquelas chuvadas que tudo encharcavam, a poeira de cada um assentasse, que ficasse na soleira da porta, de permitir que cada um a sacudisse e voltasse ao que era... antes. À medida que o tempo passa começo-me a interrogar quem éramos verdadeiramente: se aqueles que eram um só, s
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Quando cheguei da minha caminhada da hora do almoço tinha dois papéis em cima da minha secretária: um afirmava que eu não sou simpático; o outro, que ainda não sequei. Bonito! Sei, contudo, que pelo menos hoje não mereço mais nem melhor. Quando revejo o que foi a semana que agora termina não posso ficar minimamente satisfeito com o meu desempenho. Foi uma daquelas semanas onde tudo acontece, em que as coisas não desenvolvem nem dá para ver algo de francamente positivo. Andei a semana toda a esforçar-me por esconder o mau humor, dei algumas respostas indevidas a quem não devia, fui protelando o que tinha que fazer e quando o fazia não ficava bem feito, não fiz uma data de coisas que devia e inclusivamente deixei uma pessoa meio com as calças na mão, o que não é nada meu hábito e me faz sentir verdadeiramente mal. Como se não bastasse, a temperatura faz com que sinta como que uma película colada ao corpo. impedindo-o de respirar, e tudo termina com uma constipação (odeio estar cons
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Pelo dicionário chegamos lá. Temos dois caminhos completamente diferentes, completamente dependentes das nossas pequenas escolhas quotidianas. Equilíbrio - Igualdade das forças de dois corpos que obram um contra o outro; Boa inteligência, harmonia. Vistas assim as coisas, é fácil escolher. Ninguém quer passar a vida numa luta constante, num dirimir de forças que, não chegando a lado nenhum, ainda conduzem à exaustão. Ninguém no seu perfeito juízo se junta a alguém com a intenção de viver permanentemente numa batalha corpo a corpo, ininterrupta, tremendamente desgastante, terrivelmente destruidora. Ninguém se enfia de cabeça num projecto a dois que não tenha como pano de fundo a esperança, tantas vezes desmentida, outras tantas reconstruída, de uma via vivida em harmonia. Apesar de toda a propalada superficialidade, não conheço relação que tenha terminado sem dor. A dor de que tanto fogem, a dor que tanto tentam evitar, a dor que impede de estar de corpo e alma, acaba quase semp
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Vejo, escuto e leio coisas de pais e de filhos, da sua relação, do que se mantém propositadamente oculto, ou ignorado, ou fingido - porque pais e filhos são mestre em fingir que não vêem - e questiono-me. Nunca quis que os meus filhos tivessem um vida separada da minha. Prezo muito a sua e a minha autonomia, batalhei muito para que eles se sentissem pessoas de corpo inteiro, desde que isso não implicasse que as nossas vidas fossem separadas. Para mim é muito importante que eles sintam sempre que eu estou. Para escutar, para opinar, para ralhar, para saber e poder dizer ou fazer alguma coisa. Durante anos perguntei-me como me sentiria quando os meus filhos começassem a sair, a namorar, a ter os seus relacionamentos que qualquer miúdo normal tem. Curiosamente, mais que uma preocupação excessiva com o seu futuro, o que vou sentindo é justamente a necessidade de saber se estão bem, se vão conseguindo lidar com as coisas que lhes vão surgindo, se vão sabendo crescer harmoniosamente. N
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Apesar de normalmente conseguir transmitir as minhas ideias com alguma clareza, há assuntos sobre os quais não o consigo fazer. Um deles, que eu sinto muito mais do que consigo explicar, é o da importância das opções da nossa vida, daquelas coisas que fazemos e às quais não damos muita importância mas depois, em determinada altura, se revelam muito importantes. Ainda no passado domingo pensava como esta coisa da viola foi tão importante na minha vida. Comecei a tocar por volta dos 14, 15 anos, por puro prazer. Depois, quando apareceu a Capela na minha vida, descobri que a viola era uma boa maneira de congregar pessoas, de proporcionar boa disposição, e, porque não, de chegar às meninas - o que era fundamental porque a cantar não se gagueja. Fui descobrindo que a viola servia para muito mais: para rezar, para animar encontros e retiros, para tornar as pessoas mais alegres. E prometi - algo raro em mim, pelo menos naquela altura - que se Deus me desse o dom de tocar o utilizaria em
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Hoje voltou o sol e, com ele, o seu sorriso. Acabamos de almoçar - juntos - e saímos para dar uma voltinha, pequena, que o tempo não dava para mais. Depois eu segui, sozinho, podcast a zumbir aos ouvidos, como faço sempre que posso. os meus 10000 passos diários.. Conheço muitas pessoas que precisam de grandes coisas, grandes tempo, grandes passeios, grandes condições para se em momentos especiais. Nunca precisamos disso. Os nossos dias alimentam-se muito de pequenas batalhas ganhas, de pequenas conquistas que vão dando sentido aos nossos dias e às nossas vidas. Saborear os pequenos momentos do quotidiano é uma arte. Acredito piamente que a nosso vida acontece no quotidiano e não nos acontecimentos especiais. Esses normalmente são muito fugazes e não justificam nem o trabalho nem a expectativa. Passam, como tudo passa, e se pensarmos bem, o que fica de bom são os pequenos momentos que neles acontecem: uma boa conversa, uma boa música, um bom jantar, um pezinho de dança, que não t
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Não é a mesma coisa ficar calado e falar. Não é a mesma coisa participar e encolher os ombros. Não é a mesma coisa fazer parte e passar ao lado. Nuns casos eu não estou, noutros estarei. Porventura em demasia, mas estarei. Mas não é a mesma coisa. Cedo me apercebi que a minha escolha nunca seria entre participar ou não, entre falar ou não - com tudo o que isso implica de dificuldade para quem gagueja - entre estar ou não. Não sei não participar, não falar nem não estar. É daquelas coisas que em determinada altura da nossa vida descobrimos e depois limitamo-nos a aceitar e, quando muito, a tentar controlar danos. E é nesta gestão dos danos que incide o fundamental da minha escolha. Por vezes tenho uma tendência natural para ultrapassar fronteiras e tentar derrubar muros. Tendo a ir para além do que devia, quiçá ofuscado pelo meu brilho e de costas voltadas para a minha sombra. Por isso, por vezes estou tão metido comigo próprio que nem sequer me apercebo das múltiplas leituras que
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Desculpa.  A sério.  Por vezes eu tento mas não consigo mais que sarrabiscar.