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A mostrar mensagens de outubro, 2012
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Enganei-me. Lamentavelmente! E enganei. Ainda mais lamentavelmente! Pensei - e espalhei - que bastaria ver-te por aqui, ler-te por aqui, ir sabendo, por vias travessas, da tua vida, das tuas aventuras e desventuras, das tuas noites mal dormidas, do imenso trabalho que te envolve, do que te torna feliz e te desespera. Pensei que bastaria roubarmos tempo ao nosso tempo para trocarmos alguns sms e nos sentirmos novamente juntos, íntimos na amizade profunda que nos une. Pensei até que bastariam algumas promessas de encontros e desencontros para alimentar a esperança de voltarmos a sorrir olhos nos olhos, de voltarmos a partilhar aquelas conversas sobre tudo e sobre nada que apenas temos com quem verdadeiramente confiamos, com quem verdadeiramente gostamos. Enganei-me. Lamentavelmente! Vejo as tuas fotos no Face e sinto saudades dos nossos olhos, das nossas conversas, dos nossos sorrisos. Há coisas que nunca poderão ser substituídas. Ainda bem. É um bom motivo para voltarmos a est
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Não sou homem para hoje, Dia Mundial da Pobreza, colocar aqui uma foto de alguém miserável. Detesto a instrumentalização das pessoas, nem que seja para conseguir chegar a uma boa causa, como esta da partilha efectiva. Este é um assunto demasiado sério, ainda para mais nos dias que correm, para ser tratado com ligeireza. Noutros anos refere-se muito a "pobreza de espírito", sempre profusamente distribuída aos outros e sempre à míngua em nós próprios. Este ano, porém, ninguém se atreve a fazê-lo. Nos dois últimos anos testemunhei várias experiências de pobreza. Estive em Moçambique, onde a necessidade tem contornos que estão muito longe do imaginário daqueles que a tudo assistem alapados no sofá. Aos moçambicanos falta tudo, absolutamente tudo, a começar pela consciencialização dessa falta, - por isso são tão alegres (atenção: alegres, não felizes, que isso é outra coisa completamente diferente!) Não têm comida, não têm roupa e, fundamentalmente, não têm educação. Foi l
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Aconteceu-me já muitas vezes. A última foi na semana passada, numa das nossas reuniões da Pastoral Familiar, lá na Paróquia. Disse algo como isto "sou muito menos teórica que o Zé". Sei bem de onde vem esse epíteto, que, não pretendendo ser insultuoso, também não tem qualquer pretensão a ser o seu contrário. Porque gosto de coisas de que mais ninguém gosta, como gosto de ir ao fundo das questões e de encontrar respostas para as minhas imensas perguntas e entendi que a melhor forma de o ir conseguindo é estudando e lendo - ainda que essa seja a forma de me levantar novas questões - porque a partir de determinada altura da minha vida percebi que só poderia descansar a cabeça na almofada se seguisse esse, que é o meu caminho, sou frequentemente visto como um ser lunático, um sonhador, um idealista que não se rege pelas leis da física.  E às vezes sou. No entanto, por muito que estude estas coisas da fé, por muito que as tente entender, por muito que procure razões d
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Lentamente, como quem não quer a coisa, vai-se reinstalando a necessidade de escrever. Vou aprendendo com o tempo a irrelevância da vontade nestas coisas da minha escrita. Não adianta nada sentar-me ao computador, não adianta nada puxar pela cabeça, não adianta nada pensar que "já não escrevo nada há tanto tempo!"  para que as coisas funcionem. A minha excrita vive muito de sensações, de procuras e desejos, e, fundamentalmente, de necessidades. Há alturas em que tenho mesmo de escrever, nem que seja sarrabiscando numa qualquer folha de papel. Noutras, porém, o tempo é outro, é de busca, de recolha, de ler, ler, ler, ver, ver, ver, preparar e voltar a preparar, delinear e projetar. Nestas alturas funciono como uma esponja, como um esfomeado que tudo recolhe para comer, sem qualquer critério, onde tudo o que vem à rede é peixe. Depois, já cheio, enfartado, começo a sentir necessidade de processar, de escolher, de separar o trigo do joio para ficar com aquilo que realmente v
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Não me lembro de desejar tanto um fim de semana. E alargado, ainda por cima! tenho andado num ritmo completamente estúpido.Não há outro termo, mesmo. Reuniões em cima de reuniões, ensaios em cima de ensaios, listagens e mais listagens, como se o mundo acabasse já amanhã. O curioso é que, no início deste ano, nos prometemos mutuamente a abrandar o ritmo, a fazer as coisas com mais calma e, sobretudo, nunca mas nunca marcar nada ao Domingo. Pois sim! Há sempre um Encontro de não sei o quê, um ensaio, um conjunto de pessoas que conta com a nossa presença para fazer algumas daquelas coisas que passada uma semana ninguém se lembra. Hoje, o que me apetecia mesmo era descer a Avenida e recuperar forças junto à Foz enquanto o sol se ia deitar. No entanto, o que me espera é ir a pé daqui até à Casa da Música, apanhar aí o Metro e deixar-me levar quase até casa, onde me espera uma francezinha. Depois lá terei que ir com a ganapada lá de casa ver Os Azeitonas, que eles já falam nisso há 15