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A mostrar mensagens de julho, 2012
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Tivemos, hoje, uma daquelas nossas deliciosas conversas que, mais uma vez, terminaram com o (para mim já costumeiro) "és um bocado estranho!" Sorrio. Não o considero nem um insulto nem um elogio. Sim, sou estranho. Desde que me conheço que encaixo em todo o lado... e em lado nenhum. Desde miúdo que sou visto pelos meus como sendo um bocado estranho: sonhador, com a cabeça na lua, como se não pertencesse a este mundo, como se não estivesse nem aí. Depois, no bairro, continuei a ser estranho para muitos: alinhava nas brincadeiras mas não era muito asneirento, não me metia em confusões, nunca quis nada com drogas, nem tabaco, nem bebidas, o que, convenhamos, era muito estranho para aqueles que constituíam o meu pequeno mundo. Depois, na capela, continuei a ser estranho, fui-o no JUP e, mais tarde voltei a sê-lo no RH+. Que apesar de tudo foram os sítios onde pude ir sendo mais eu, à medida que me ia descobrindo e construindo. Sem nunca deixar de privilegiar o meu espaço. os
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Há momentos da vida que se assemelham estrondosamente com um filme de Woody Allen: tudo se passa num só dia, num só espaço, que se vai transformando arrastando nessa transformação os que nele habitam. Vamos sendo os mesmos intercalando-nos a nós próprios com os outros nós que alternadamente nos habitam e desabitam e que tentam ganhar o seu lugar numa intensa batalha corpo a corpo, olhos nos olhos. Há, nestes dias, uma enorme amplitude térmica emocional: conhecemos a alegria do reencontro e a tristeza da despedida, a constante presença e a saudade da separação, o reencontro do terraço e a despedida, ainda que efémera, de uma lua que todas as noites volta para nos permitir que dela nos apropriemos. Tudo é contraditório, tudo é contido, tudo é dito e vivido entre dentes, como se temêssemos que as nossas próprias sombras se afastassem definitivamente de nós próprios e nos deixassem ali, sós, desamparados, numa procura nunca acabada. São raros, estes momentos. Ainda bem! Infelizmente! E
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Nunca fui homem para grandes cálculos. Perante as coisas mais importantes, simplesmente fecho os olhos e deixo-me ir, não sem alguma preocupação, mas com muita confiança. Claro que não sou diferente de ninguém, claro que tenho medo que as coisas corram mal - e às vezes corre mesmo mal - mas sempre fui mais de acolher e trabalhar com o que a vida me vai dando que de correr atrás dela. Acredito há muitos anos que somos tão mais felizes quanto melhor nos conhecermos e conseguirmos encontrar a nossa própria maneira de ser e de fazer. Fui descobrindo que sou muito mais feliz - e melhor - a cumprir planos que a delineá-los, a confiar em quem saiba mandar e coordenar, que a cumplicidade me é muito característica e que por isso visto com facilidade uma camisola e por ela me esfalfo alegremente e sem contabilização de custos pessoais. Que me envolvo muito nas coisas, que as faço por puro gozo e tenho alguma dificuldade em distinguir o que é trabalho do que é lazer e por isso , e normalmen
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Eu acredito que escolhemos aqueles que amamos. Quando partimos para a aventura, todos os dias renovável. todos os dias renovada, de partilhar a vida com alguém, devemos ter a capacidade de escolher, com um misto de razão e de coração, aquela a quem nos vamos entregar. Não basta a razão, mas também não basta o coração, assim como nem sempre amar chega para segurar uma relação. Há na vida, contudo, aqueles a quem devemos amar, sem nunca terem sido escolha nossa. São os laços familiares que nos unem, para o bem e para o mal, e é com eles que temos que viver. E aprender a amar. E aqui a coisa é um bocadinho mais difícil. Temos que passar por cima de defeitos, de gestos e atitudes, temos que saber engolir sapos, aprender a olhar para o outro lado, por cima das coisas, e tentar encontrar nas pessoas motivos para serem amadas. Apesar de tudo. Porque não é preciso gostarmos de alguém para o amarmos. Gostar é algo instintivo, natural, apelativo, tendencial. E mais superficial. Mais voláti