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A mostrar mensagens de fevereiro, 2023

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O maior desafio da minha vida são os meus filhos. Já o eram muito antes de terem sido concebidos, muito antes até de eu sequer pensar em namorar. Não que eu racionalizasse muito o facto - aquilo que é verdadeiramente importante na minha vida é muito mais intuído que pensado (mais abandonado que controlado) - mas justamente porque sabia que havia uma série de princípios que sentia que seria da minha responsabilidade transmitir-lhes. A fé, o respeito, o compromisso, a educação do olhar, a liberdade e cuidado de descobrir o seu lugar no mundo sempre foram o caldo cultural onde foram cozinhados. Nunca fui muito de exigir resultados porque eu próprio valorizo muito mais o processo, o caminho, que as conquistas. O meu olhar dirigiu-se sempre muito mais para o empenho que para as notas, para o equilíbrio que para o sucesso, para o sentido que para a glória. Ao longo do seu percurso tive alguns amargos de boca, claro - foram bem maiores os que eu lhes provoquei - mas hoje, que são já todos adu

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No princípio desta semana morreu uma das pessoas que admirava. No princípio da minha descoberta da fé conversamos algumas vezes, mas a minha admiração vinha mais da sua postura sempre discreta e sempre de serviço, que daquilo que ele dizia. Há pessoas assim, que falam sem palavras, com a vida vivida, sem palcos ou luzes, naquela aparente pequenez que engrandece a vida dos outros. Naturalmente, fui ao seu velório, que estava cheio de velhos amigos meus. Malta com quem partilho algumas das melhores memórias da minha vida, com quem cresci e descobri o que é rezar e aprendi a ir sendo mais eu. Já não nos víamos há algum tempo, a não ser nas redes sociais, mas nunca nos perdemos de vista. Levava comigo, por isso, alguma expectativa da alegria do reencontro. Que não se confirmou. O que foi profundamente estranho. E inquietante. Na verdade não é nada incomum sentir-me um peixe fora de água, sobretudo quando está muita gente. A memória da minha infância reveste-se muitas vezes das brincadeiras
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Tenho-me debruçado mais, ultimamente, sobre a Bíblia. Seja por causa da oração matinal, seja pelo complemente exegético que me tem encantado, seja ainda por uma outra atividade que iniciei recentemente, a verdade é que voltei ao fascínio que o estudo da Bíblia sempre exerceu sobre mim. Esta semana, na oração matinal fiquei com uma expressão que me abriu horizontes - são as que eu mais gosto: Jesus não fazia magia, mas milagres. Vinha isto a propósito das dificuldades que Jesus sentiu ao anunciar o Reino aos da sua própria terra. Creio que é algo que todos nós, de alguma maneira, sentimos. Eu próprio já deixei de valorizar quando alguém lá de casa chega todo entusiasmado com uma novidade que eu já dissera há bastante tempo sem ter sido escutado. No entanto, não foi aí que se abriram portas. Foi no que pensei a partir daquela expressão: Jesus não fazia magia, fazia milagres. Pus-me à procura, mentalmente, o que separaria assim de tão fundamental uma coisa da outras e rapidamente cheguei