A verdade liberta-me. Sempre. Ainda que às vezes não o consiga entender na altura, ainda que muitas vezes também eu escolha varrer para debaixo do tapete, a verdade é que a vida me tem ensinado à saciedade que a verdade liberta-me. Sempre.

No final da eucaristia de hoje estava na conversa entre amigos - aqueles amigos tão amigos que apesar de não nos vermos nos últimos seis meses conversamos sempre como se estivéssemos juntos todos os dias - e às tantas revelei algo que havia cuidadosamente omitido há alguns anos. Fi-lo não pensando no que disse, com o mesmo à-vontade de quem não tem nada a esconder - e não tenho, efectivamente - mas que para muitas pessoas é sinal de pouca maturidade, de uma personalidade pouco "adulta".

Que seja!


À medida que vou caminhando, que vou envelhecendo, apercebo-me que vivemos demasiado tempo em função de determinadas ideias feitas que não justificam, de forma alguma, esse nosso cuidado. Se é importante cuidarmos da nossa privacidade - e é-o até como salvaguarda fundamental no nosso eu - então que o façamos construindo a nossa casa sobre a rocha, sobre o que vale efectivamente a pena, sobre o que nos pode levar a sermos mais no final de cada dia, e não em função do que os outros esperam que sejamos, ou gostariam que fôssemos. Os outros são muito importantes como espelho de nós pois é neles que nos revemos. Não podem, contudo, é ser nós.

É justamente esta a postura que tento transmitir aos meus filhos, sabendo contudo que eles não estão ainda preparados para o seguir. Mas é isso que tento fazer como pai e como educador: apontar caminhos, sugerir atitudes, despertar neles a atenção para o que os rodeia, para as escolhas que vão fazendo a cada momento. 

E tento perceber que as escolhas deles não têm que ser aquelas que eu faria, por muito que isso às vezes me custe. Até porque isso os tem vindo a tornar pessoas muito melhores do que eu.

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