Causou-me sempre alguma impressão o cuidado que as pessoas colocam no amor. Tratam-no como se fosse algo raro, a utilizar com toda a parcimónia, com medo que se gaste se for excessivamente utilizado. Por isso entretemo-nos todos a gastá-lo aos bocadinhos, pedacinho a pedacinho, para que nunca nos falte. Nem a ninguém. E de um forma clara e abusivamente exclusiva: este, deste tipo é para ti; aquele, de outro tipo, é para ele; oh! acabou.se por hoje. Volta amanhã que eu vou tentar repor os stocks, ok?

É caricatural, eu sei. Amar é algo de muito importante, implica muita responsabilidade, temos por isso que pensar muito bem em quem podemos amar, não é? Não, não é. Lamento, mas não é. Porque me hei-de limitar? Porque é mau amar muitas pessoas? Ter muitos amigos? Estarmos completamente apaixonados, embrenhados, envolvidos de corpo e alma, na vida? Se fecharmos os olhos e pensarmos em pessoas que amaram muito, quem vemos? Pessoas que valem a pena? Pessoas que viveram assim-assim? Pessoas que mudaram a vida de outras pessoas? Porque haveremos nós então de nos armarmos aos cágados?

Hoje (ainda) estou para aqui virado. Ainda bem!

S. Bernardo: "A medida do amor é amar sem medida."

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