Da imensidão de fotos e textos que foram publicados ao longo destes primeiros dias do Papa Francisco, esta é, claramente, a que mais me diz. Um Papa que se senta numa cadeira no fim da Igreja só pode ser alguém tem a consciência que não ocupa mais um cargo.

Têm sido muitas as pessoas que me têm vindo a perguntar o que penso do Papa Francisco. E eu nunca sei muito bem o que dizer. Por um lado, há a enorme esperança que o critério de adesão à Igreja passe a ser o da fé e do desejo de conversão e não qualquer outro. Acredito numa Igreja onde todas as pessoas de boa vontade encontram um lugar para repousar a cabeça, qualquer que seja a sua circunstância. Esta Papa tem dado bons sinais nesse sentido, mas ainda é cedo para avaliar o que quer que seja. Por outro lado, esses sinais são hoje lidos, analisados e discutidos minuciosamente por todos, em todas as alturas. Nunca como agora um Papa foi submetido ao olhar público, crente e não crente. Não é possível que um olhar de fé queira da Igreja o mesmo que um olhar mais superficial. Esquecemos frequentemente a dimensão do Mistério do Amor, que é sempre incompreensível aos olhos de quem vê de fora. Basta pensarmos como a relação de alguns casais por vezes nos causa estranheza. Quem está de fora guarda cães, lá diz o ditado. Por isso, cedo ou tarde, haverá desagradados com o rumo que a Igreja irá tomar e, tal como escutamos no Evangelho de ontem, às palmas e gritos de Hossanas seguir-se-ão, inevitavelmente, públicas condenações. Não tenho qualquer ilusão acerca disso.

E, francamente, não me parece nada mau que assim aconteça.

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