20130416


O fim de tarde de domingo passado foi um daqueles que permanecerão na nossa memória colectiva. Os primeiros raios de sol quente, a ida ao Parque da Cidade e à Foz (o nosso local de eleição: bom, bonito e barato) e uns momentos de descontracção comum com muita música, muita brincadeira, muitas gargalhadas... muito nós.

Evidentemente, não é sempre assim. Nem sequer é isto que constitui o nosso quotidiano. Todos estamos completamente empenhados nos nossos trabalhos, nos nossos estudos e, mesmo ao fim de semana, entre equitação, futebol, escuteiros, catequese, coral e grupo de jovens, não é fácil encontrar um tempo para nós. Por isso as refeições são tão importantes para nós: é o local e a hora em que partilhamos, conversamos, discutimos, discutimos e voltamos a discutir. E muitas vezes acabamos todos a cantar enquanto alguém arruma a cozinha. O pequenito - tenho mesmo de começar a deixar de lhe chamar pequenito - aqui há uns meses, instituiu a noite do cinema em família: ao princípio de uma das noites do fim de semana, sempre que podemos, sentamo-nos na sala e vemos um filme todos juntos. Quando calha bem, até temos pipocas e tudo! Normalmente, começamos todos a ver o filme mas não acabamos todos, porque invariavelmente alguém adormece a meio. Mas o que importa é que estamos juntos. A fazermos algo juntos.

No início não sabíamos bem como conciliar as nossas vidas lá em casa. O compromisso com o outro, das mais variadas formas, sempre foi uma parte importante do que éramos enquanto pessoas antes de nos conhecermos e do que escolhemos ser como namorados e a determinada altura não foi fácil conciliar isso com o que queríamos ser enquanto família. Houve até um período, enquanto os nosso filhos eram pequenos, que tivemos que suspender todas as actividades e vivíamos quase exclusivamente para eles. No entanto, quando começaram as suas catequeses, fomos recomeçando lentamente as nossas actividades e hoje todos estamos envolvidos, de alguma forma, com algo que não seja o nosso próprio umbigo.

Aos poucos fomos aprendendo, juntos, a rentabilizar o nosso tempo, e a roubar tempo ao nosso tempo para estarmos juntos, para partilharmos as nossas vidas, para cantarmos e rirmos, para consolidarmos o que entendemos ser a nossa maneira, muito própria, de sermos família. Como qualquer família, também temos momentos maus, de dar com a cabeça na parede, também vacilamos, também temos medo, também vamos andando às apalpadelas sem saber muito bem o que fazer. Mas o importante é que o fazemos juntos, no mesmo barco, com os olhos postos no mesmo horizonte e, fundamentalmente, sabendo que, quando nos sentimos mais perdidos, podemos confiar no mesmo timoneiro.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Bambora

  Não é estranho que nos digam que «ser homem é muitas vezes uma experiência de frustração». Mas não é essa toda a verdade. Apesar de todos ...