20130411
Cheguei a correr para voltar a sair a correr e disseram-me: senta aqui um minuto, que temos saudades tuas. Sentei, conversamos por breves minutos - sempre menos que os desejados - e fomos à nossa vida. Foi curto mas muito agradável, num daqueles momentos que me levam a confirmar a sorte que tenho, e a dar Graças pelos que comigo vão caminhando.
Em sentido oposto, num outro momento, senti uma enorme necessidade de justificar a minha parca disponibilidade perante alguém que não estava habituado a ter-me aos bocados. Nem preparado para o fazer. Apesar do que lhe disse e escrevi, sei que de pouco adiantou. Há situações perante as quais as palavras sobram, só atrapalham, só incomodam e conduzem a mal entendidos. Estas nunca são situações fáceis, para mim. Detesto a impotência de não conseguir fazer sentir o quanto gosto de alguém, detesto não conseguir fazer vibrar o olhar, e odeio ficar parado, como fico sempre, à espera que um qualquer raio caia do céu e faça entender o que eu não consigo fazer entender. Perante a minha manifesta impotência, respiro fundo, e tento recorrer à sabedoria do Mestre Tempo. O tempo há de fazer entender..., o tempo há de resolver..., o tempo vai demonstrar que... E o Tempo tem demonstrado que, se é mesmo importante - e é mesmo importante - e se não fechar portas, tudo fica claro. E resolvido.
Entretanto, eu próprio vou-me reencontrando com o meu amigo Mestre Tempo. Depois de um período muito conturbado, de correria intensa, vou reaprendendo a respirar para encontrar o meu ritmo muito próprio. Organizei-me um pouco melhor, disciplinei-me um pouco mais, permiti-me voltar a sentar e olhar para quem me rodeia. E sorrio. Novamente.
Enquanto sentei e conversei, ainda que por breves minutos, aprendi que quem quer esquecer, acelera; e quem quer recordar, abranda. Sinto um gozo enorme quando alguém põe em palavras o que eu sinto mas não consigo exprimir. Sinto um gozo ainda maior quando isso acontece naqueles momentos aparentemente menores mas que constituem o fundamental da minha vida: um convite, uma pequena pausa, uma breve conversa, um grande reencontro. Amanhã mesmo irei voltar a falar disso em mais um Dia de Reflexão a propósito da Samaritana: um simples pedido - "dá-me de beber" - provoca o encontro mais decisivo da vida daquela mulher.
Quando perderei a mania de pensar que as grandes coisas acontecem nos grandes momentos?
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