Ao vê-los, no campo, a dirigir com mestria a partilha dos grupos dos ainda mais miúdos que eles próprios, senti um imenso orgulho. A minha ganapada está a crescer e a preparar-se para outros voos. Mais altos. Mais exigentes. Talvez vá sendo tempo de, lentamente, progressivamente, ir eu voando a um ritmo paulatinamente mais baixo. Até porque o corpo já começa a dar sinais claros de dificuldade em acompanhar ritmos.

Quando acompanhei o RH+ (que saudades do RH+!) deparei-me com um problema que, já na altura, não era novo para mim. A minha intenção sempre tivera sido a de lhes dar asas, de lhes dar ferramentas para a vida de adultos que se avizinhava. Quando quis soltá-los, suavemente, percebi que continuavam dependentes, demasiado dependentes para o meu gosto, demasiado colados a mim para o que precisavam, e acabei por largá-los repentinamente. E dolorosamente. Para eles. E para mim. Prometi-me na altura ficar mais atento para que não voltasse a acontecer.

Recordo com particular satisfação uma oração do 24 Minutos ComTigo do ano passado na qual não pude participar logo desde o início e que, quando cheguei lá, corria às mil maravilhas. Lembro-me de me emocionar, sentado ao fundo da capela, a vê-los a tocar e a rezar. Durante este fim de semana senti algo de semelhante ao vê-los a coordenar os pequenos grupos de tal forma que nem sequer foram necessários os adultos para os vigiar nas ruas de Fátima.

Algumas das brincadeiras com os meus filhos homens eram particularmente exigentes a nível físico. E eu, que nunca deixei os meus filhos ganhar em nada apenas porque eram meus filhos, ia-me apercebendo do imenso gozo que eles tinham de cada vez que me conseguiam ganhar ao que quer que seja, um gozo apenas comparável ao imenso baile que me davam nos dias seguintes a dizerem-me que estava velho.

Se eles soubessem como a maior vitória de qualquer ai é ser ultrapassado pelos seus filhos!

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