Interrogo-me o que me faz carregar esta procura. Permanentemente! Uma vezes como se fosse um fardo, um fado, um destino, jamais satisfeito na sua plenitude, jamais saciado. Outras desafiador, motor, impulso, que me leva a tentar ir sempre mais longe, para além daqueles que acredito serem os meus limites, e que, quando corre, bem, me catapulta para um outro patamar. Uma procura que me é, antes de mais, interior, profundamente interior, que está cá antes de qualquer pensamento, antes de qualquer processamento lógico, antes de qualquer racionalização mas que me é tão ou mais natural que eu próprio, que provavelmente já seria antes de mim, porque desde que me conheço não me conheço noutra condição que não esta.

Questiono-me o que me faz sentir esta sintonia. Esta profunda sintonia. Esta sensação que tudo está, finalmente, no seu lugar, que todo o universo conspira para que eu encontre, finalmente, o meu lugar, para que eu, finalmente, sinta que pertenço, que estou por direito próprio, que sou por direito próprio, e não por concessão de alguém que acedeu a que eu pudesse estar, pudesse ser, por comiseração. Talvez seja o silêncio, talvez o mar, ou o olhar, a oração, talvez seja tudo isso, ou nada disso, talvez não me seja exterior mas venha do âmago, das entranhas, no lugar da alma, onde também habita Deus. Talvez por isso me serene o mar, e o silêncio da oração, e o encontro com o teu olhar... que me silencia a inquietude e me sacia a alma.

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