dizem-me muitas vezes que vejo o que mais ninguém vê... raramente é um elogio!
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"O que cuida das suas palavras guarda-se a si mesmo; o que solta a língua expõe-se à ruína. "
PROVÉRBIOS 13:3
Os bons conselhos são para ser seguidos.
Até já
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Depois de uma Jornada que, por todos os motivos e mais um, me encheu a medida, estou, finalmente! de férias. Como sempre acontece, ontem fui à missa. Uma igreja pequenina, fora dos grandes centros, predominantemente com avós e alguns netos. No altar, um sacerdote que poderia ser avô, a debitar, solene e profusamente, sobre o que aconteceu na JMJ: a maravilha que é ter tanta juventude reunida, a enorme importância do silêncio - que, segundo ele, os jovens não conseguem fazer (e ele não se calou um segundo!) - a organização da Igreja, capaz de congregar gente de todo o mundo, e sobretudo a centralidade da eucaristia dominical pois sem a paróquia nada se consegue. E termina a homilia assim: vamos rezar pelos nossos jovens, para que eles descubram que é possível a alegria na Igreja. Como se a alegria em que vivi mergulhado na semana passada acontecesse por causa deles e não apesar deles! Confesso que me torci todo com aquela homilia autoreferencial. Como é possível, depois do que vivi, dep
Recentemente, acusaram-me de, teimosamente, pedir o impossível. Sem pensar, respondi que, se não sonho o impossível valerá a pena sonhar? Tinha respondido imediatamente, naquela, em mim, demasiado frequente via que vai do coração à boca sem dar a volta ao circuito cá por cima, como deveria ser. E ficou a pairar, como invariavelmente fica o surpreendente, cá por dentro, à espera da luz que lhe dê sentido - é curioso como eu, muitas vezes, procuro o sentido do que digo apenas depois de ter sido dito e não o contrário, que é o que faz o sensato. Quando digo uma coisa destas - e sobretudo desta maneira - faço-o instintivamente, e a sua origem normalmente reflete o que me acontecia antes de saber que deveria pensar o que me acontecia. Na verdade, sonhei sempre o impossível, desejei e batalhei sempre pelo impossível, enquanto me entretinha a viver a realidade que a vida me tinha destinado. Sim, porque há uma realidade que é inalterável: não alteramos o lugar onde nascemos e crescemos, não a
Tenho vindo pouco aqui. E quase sempre apenas de visita. Por vezes perguntam-me porquê, o que se passa para que eu escreva tão pouco. Fico sempre surpreendido. Para começar, que me leiam. Depois, que isso possa ser significativo. Finalmente, que me perguntem. Porque nesse momento - e apenas nesse momento - coloco a mim mesmo essa pergunta. Porque normalmente os dias se sucedem uns aos outros sem que eu sequer me aperceba se escrevi ou não. Normalmente é nessas alturas que eu acordo e percebo que tenho sido mais fazedor que pensador. E não sei se isso é bom. Claro que penso nas coisas, mas normalmente canalizo o que penso para formas de fazer e menos para formas de ser. Penso, mas não me penso. E quando me penso é relativamente a algo que tenho que preparar: uma oração, uma formação, uma catequese, um encontro. E a distância acentua-se. E às tantas vejo-me mais a dizer coisas bonitas que refletidas. E genuínas. E isso, sim, é mau. Numa destas noites mal dormidas senti necessidade de faz
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