Cheguei a uma fase da minha vida em que apenas desejo duas coisas: ser feliz e fazer feliz. Chega-me. Não tenho grandes projetos, não tenho grandes empreendimentos, não almejo já alcançar mundos e fundos, sobretudo se a energia necessária para que isso aconteça me desviar das duas coisas que realmente me importam: ser feliz e fazer feliz.
Pode parecer lapaliciano, este desejo, mas não creio que o seja. Tempos houve em que eu corria atrás de muitas coisas, tinha muitos projetos, muitas preocupações, nomeadamente a de conseguir as condições para que os meus pudessem desenvolver as suas capacidades da melhor forma possível. Continuo a ter essa preocupação, claro, mas não corro já atrás de coisas. Tenho sonhos, agora, alguns, mas já não tenho projetos. E os meus sonhos nada têm a ver com coisas, mas sobretudo com a capacidade de saborear o que os dias me vão dando, como máximo de sabedoria e tranquilidade possível. Mesmo para os meus filhos, importa-me agora muito mais que eles sintam que eu sou aquele que está, sempre, bastando que o desejem, que garantir o seu futuro, orientar o seu trabalho, que eles nisso estão com um desempenho fantástico.
Confesso que me faz alguma confusão quando vejo algumas pessoas, que trabalharam no duro a vida toda e que agora, filhos criados, casa paga, poderiam ter uma vida mais saborosa, mas escolhem ainda trabalhar no duro, o máximo de horas possível, para ganhar mais dinheiro que mais não serve senão para amealhar mais um pouco. Pergunto-me sempre porque é que eles correm tanto e se pretendem parar algum dia. Eu adoro o que faço, todos os dias me deparo com novos desafios, novas correrias, novos projetos, e de alguma forma até a componente trabalho está diluída no que eu tanto gosto de fazer. Mas não deixa de ser trabalho. Não deixo de ter que prestar contas e ter horários a cumprir, e ter que avaliar constantemente o que faço e como faço para que o possa fazer constantemente melhor. E não me custa absolutamente nada pensar na possibilidade de, daqui por meia dúzia de anos, ir abrandando o ritmo, ir saboreando mais o mar, que está aqui tão perto. Até lá. todos os dias dou duro. Mas quando chegar essa altura.... Hmmmm!

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