Falamos hoje a primeira vez. Ao telefone! Desde 26 de Outubro que não escutava nada vindo dele. Desde esse dia que apenas o vi dormir, quando o fui visitar, mas ele estava tão cansado que nem conseguia abrir os olhos e nem deu conta que eu estava lá. Hoje disse-me que lho tinham dito. Ainda bem! Prometi-lhe que esta semana visita-lo-ia, com tempo para sentar, olhá-lo, ser olhado, e conversarmos o que temos a conversar. Com Tempo! Que eu pensei nunca mais voltar a ter junto dele.

Sou um homem de fé. Acredito em milagres. Não particularmente em luzinhas vindas do céu, particularmente dirigidas a alguém, mas acredito em milagres. Acredito que há pessoas boas e profissionais bons e sensíveis e inteligentes que estão atentos aos que deles necessitam e fazem tudo o que podem e sabem, não querendo saber nessas alturas das suas próprias circunstâncias. E acredito que Deus atua neles e por eles, por vezes até ao arrepio das suas próprias conveniências.

E acredito que o Jorge é um milagre. Não que tenha tido um olhar mais atento de Deus sobre si que sobre alguém que atravessava o mediterrâneo, mas porque tinha outros à sua volta que, em determinada altura, escolheram a sua profissão acreditando que poderiam salvar vidas e empenharam-se em salvar a vida do Jorge. E tinham condições físicas e materiais para o fazerem.

Importante mesmo, no entanto, não é se eu acredito ou não em milagres. Importante mesmo é que o Jorge, lentamente, ao seu ritmo, vai ficando melhor. E eu louvo a Deus por isso.

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