Não posso afirmar, em boa verdade, que tenha orgulho em mim. Quando olho para a minha vida vejo, isso sim, muitos motivos de orgulho nos meus, naquilo que eles conseguem... apesar de mim. Agora já não, porque nestes últimos anos cresci e serenei o espírito, mas houve uma altura em que o que mais temia era que aqueles que me amam descobrissem quem eu sou e que, por isso, deixassem de me amar.
Apesar de tudo, uma das coisas de que me orgulho, porque sempre fez parte de mim quaisquer que fossem as circunstâncias, é a minha vontade de ir sempre mais longe. Quase nunca é na direcção que alguns esperariam, mas o Mestre Tempo tem revelado que é na direcção certa. Esse desejo muito íntimo, muito meu, muito latente, de ser cada vez mais foi o que me permitiu sair do bairro, ter uma verdadeira fixação por aprender com tudo e com todos, e, acima de tudo, desenvolver uma boa dose de resiliência - que não poucos entendem como sendo loucura, e talvez com razão - que me tornou num sempre-em-pé.
Outra consequência dessa vontade de ir sendo cada vez mais é a minha propensão para me ligar a pessoas que, não sendo propriamente fáceis, são no entanto imensamente ricas. O melhor exemplo é, naturalmente, a minha mais-que-tudo, que por vezes me tira do sério como mais ninguém mas a quem devo quase tudo o que sou e tenho. Gosto naturalmente de pessoas complicadas, exigentes, que me desafiam a ir mais longe e às quais não posso, por este motivo ou por outro, dizer não.
Afinal, são elas que me levam mais longe.

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