À medida que o tempo passa - e como eu gosto da sensação que o tempo passa! - vou sentindo que aquilo que me seduz na vida vai sendo diferente. Estou numa fase em que aprecio muito a calma, a paz, a serenidade. Não que as tenha agora em maior ou menor quantidade que antes, apenas as aprecio melhor, as saboreio melhor.

O novo livro do José Tolentino Mendonça começa justamente com essa calma, essa serenidade. Depois de ler as primeiras linhas fechei-o por não conseguir conciliar o que me ia na cabeça com o que lia. Acontece-me muito isso, particularmente com os bons livros que, apesar se por vezes terem poucas páginas, são os que me levam mais tempo a ler... e a degustar, como um bom Porto. A interrogação maior que me assaltou logo naquelas linhas - e que ainda agora vai vagueando cá por dentro - é o que me impede de, nesta altura, sentir aquele tipo de paz, de harmonia: se o meu interior, se o meu exterior.

A resposta não é difícil, mas incomoda.

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