Durante este fim de semana irei estudar com o meu filho. Filosofia. A origem estrutura dos valores, qualquer coisa deste género. Mesmo a calhar! Tomara eu saber a origem e estrutura do pão de forma, quanto mais a origem e estrutura dos valores. Tomara eu saber o que me faz decidir o quê, o que me faz escolher o quê, o intrincado mecanismo que me foi construindo e desconstruindo com a sensatez e a beleza e o bom cheiro de quem coloca e retira as camadas de uma cebola até dar aquele produto final, porventura até, na sua idiossincrasia, agradável aos olhos, mas tão desagradável assim que nos aproximamos dela e lhe tocamos e a cheiramos e a choramos, camada após camada.

Não sei, nunca soube, tive sempre uma dificuldade tremenda em entender porque me devo dividir entre o que quero fazer e o que devo fazer. Num mundo perfeito - numa pessoa perfeita? - esta questão não deveria sequer ter lugar. O que eu quero deveria ser sempre o melhor, ou então o melhor deveria ser sempre o que eu quero, assim, de uma forma clara, límpida, inquestionável, evidentíssima, de forma a impossibilitar qualquer réstia de dúvida. Teria sempre a certeza, viveria sempre da certeza, irradiaria certeza, podendo ser certeza para os outros. Conheço pessoas assim, que nunca se questionaram, que nunca se colocaram em causa, rochedos, blocos graníticos, inamovíveis, perenes... distantes... frios... sem vida... sós...

Pois... mas deve ser bom volta e meia estar cheio de certezas!

Comentários

Mensagens populares deste blogue