Estávamos todos a ouvir o Fredo, emocionados até à medula - há vidas onde parece que aconteceram trinta vezes mais coisas que nas nossas e em metade do tempo - e eu pensava numa conversa que tivéramos alguns dias antes. O desassombro com que se assume a própria vida, sem máscaras ou fantasias, é essencial para que o encontro pessoal possa servir de catapulta para novos voos. Eu levei muitos anos a perceber a inevitabilidade de o fazer, de tão entretido que andava a brincar às pessoas, num processo que parece não ter fim porque volta e meia regressa à base com pontas ainda (mais) soltas. E sempre, sempre, a partir de motores fora de bordo, como eu lhes chamo. Pessoas que me conseguem ler com uma facilidade que me desconcerta sempre, que me dizem coisas que me chocam à partida mas depois vão fazendo caminho, lenta e progressivamente, por entre as fissuras que o tempo e a vida não conseguiram sequer disfarçar. Pessoas muito diferentes entre si, por vezes diferentes para mim, mas que têm como denominador comum o condão de me desvendarem de mim próprio e me levarem a perscrutar outros horizontes.
E eu com o desejo absoluto de serenidade como pano de fundo. Parece que quanto mais a persigo mais longe estou, mais arredado ando do caminho certo, afastando-me inexoravelmente de mim próprio.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Bambora
Não é estranho que nos digam que «ser homem é muitas vezes uma experiência de frustração». Mas não é essa toda a verdade. Apesar de todos ...
-
Somos bons a colocar etiquetas, a catalogar pessoas, a encaixá-las em classes e subclasses organizando-as segundo aspetos que não têm em c...
-
"Guarda: «Temos menos sacerdotes e, por isso, precisamos de valorizar, cada vez mais, os diferentes ministérios e serviços laicais nas ...
-
Sou contra o aborto. Ponto. Sou-o desde sempre. A base da minha posição é simples: acredito que a vida começa com a conceção. Logo, não é lí...
Sem comentários:
Enviar um comentário