«Está aqui um rapazito q ue tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?» Jesus respondeu: «Mandai-os sentar». Havia muita erva naquele lugar e os homens sentaram-se em número de uns cinco mil. Então, Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, fazendo o mesmo com os peixes; e comeram quanto quiseram.

Sempre me fascinou esta passagem do Evangelho, que é a de hoje. Fazer muito do quase nada que se tem é, no fundo, o destino de todos nós. Conheço muita gente boa que desconhecia os seus dons, as suas capacidades. Que toda a vida lhe fora dito que era pequena, e que se devia manter pequena, deixar o importante para quem sabe e pode. E que depois desabrochou, explodiu, e se tem multiplicado e feito outra gente boa com a sua partilha.

Há uns anos conheci um grupo paroquial que desta passagem fazia vida concreta, de todos os dias. cinco famílias organizavam-se e ajudavam outras duas em dificuldades. Apoiavam-na em tudo o que fosse preciso. Os pais ajudavam no aconselhamento e até na supressão de carências materiais; os filhos ajudavam nos estudos, todos ajudavam na restituição da dignidade. Fazermos da palavra vida é, porventura, o maior dos desafios que nos é pedido todos os dias.

Não consigo deixar de pensar que o nosso principal papel é semear. E que todos acabamos por semear. Resta saber o quê.

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