20170331
Há, na forma como a Igreja aconselha a viver a fé, algumas coisas que contesto vivamente. No entanto há outras profundamente sábias. Ainda esta semana numa das orações em que estive presente um sacerdote falava da necessidade de, antes de participarmos, nos reconciliarmos com quem estamos às bolandas sob pena de não termos sossego.
Este ano em Taizé caí na tentação de me confessar. Fiz mal. Nessa confissão não existiu nada que me mudasse, que me remodelasse, que me catapultasse para uma nova vida, para um novo eu. Na altura até houve um certo lampejo, mais motivado pela minha vontade que pelo ato em si. Mais uma vez confirmei que, ou eu não funciono bem com a confissão ou a confissão não funciona bem comigo. Ou um pouco das duas.
No entanto, depois de vir de Taizé, tive já uma experiência fundadora e profundamente gratificante de perdão. Perdão mesmo. Daquele que nos permite libertar de uma culpa interior, profunda, que nos rouba a nós próprios e à nossa capacidade de sermos felizes. Uma experiência que resulta de uma mistura intensíssima de amor, sabedoria e bondade, de quem ama ao ponto de conseguir ultrapassar a própria dor. Uma profunda, gratificante e revigoradora experiência de perdão. Ou melhor, de me sentir (quase) perdoado (quase porque há uma importante percentagem da culpa que apenas depende de mim sentir perdoada e isso é muitíssimo mais complicado. E demorado!).
Na realidade Jesus não disse para nos irmos confessar antes de participarmos numa oração. Disse para nos reconciliarmos, concretamente, com pessoas concretas, com gestos e atitudes concretos de conversão. Eu seu que há no pecado individual uma dimensão comunitária que é também importante. Mas nada substitui o consolo de quem tinha todos os motivos para se revoltar contra mim. Nada substitui essa sensação de se renascer depois de se ter morrido na vida de quem se ama.
20170329
Já não via a Sara há bastante tempo. Sabia, pela conversa que tivera com os outros miúdos que eram amigos dela e deixaram de ser, que a sua realidade atual não era famosa. Que quer setor? Ela é que escolheu. Meteu-se no que não devia e agora anda por aí aos caídos. Ontem vi a Sara. Eu estava de saída do espaço e ela vinha na minha direção. Ainda tentou fazer de conta que não me via mas eu não deixei. Sorri ainda antes de me aproximar e ela sorriu de volta. Olhamo-nos uns segundos, perguntei porque andava ela fugida e porque tinha desaparecido. Ela encolheu os ombros e perguntei se era vergonha. Não tenho vergonha de nada do que faço. Isso é história, e tu sabes disso. Mas também sabes que aqui tens pessoas que gostam de ti e têm saudades tuas. E que as portas estão sempre abertas. Sorriu, abraçou-me, e seguimos caminho. Lembrei-me logo do Pavão, a propósito de quem tínhamos falado na Sara. Ao Pavão dissera o mesmo mas sabíamos ambos que era demasiado tarde, que a sua dependência não lhe permitiria voltar apenas porque eu falei com ele. e nunca mais o vi, desde esse dia. Espero que com a Sara seja diferente. Estes miúdos desconhecem muitas vezes o significado de recomeçar. À força da muita asneira que vão vendo e fazendo vão vestindo a mais confortável pele da rejeição e da auto-punição e ficam desconcertados quando alguém lhes troca as voltas. Talvez seja também por isso que os entendo tão bem!
Tenho andado bastante à volta do Toma Halik e da sua teologia do paradoxo. Nunca sei ao certo se o que leio influencia o que vou vivendo ou se os livros me caem no colo consoante as minhas necessidades interiores. Talvez seja um pouco dos dois. Talvez os livros sejam como as pessoas: vão aparecendo na vida, (des)construindo-nos, e seguindo viagem. O que interessa, na realidade, é justamente essa leitura que é feita e nos permite, em dado momento, interpretar o que nos vai acontecendo e, com sorte, descobrir nisso um sentido.
No conjunto de paradoxos onde tenho vivido nos últimos tempos, os sentimentos e as emoções têm-se situado algures à flor da pele. Demasiado à flor da pele, para os meus gostos! De turbilhão em turbilhão, de decisão em decisão, de pancada em pancada, vou tateando cada passo como um cego que percorre caminhos novos. Efetivamente novos. Tateando, tropeçando, caindo, levantando e sendo levantado, numa sucessão de batalhas que por vezes parecem não ter fim. É a Quaresma no seu melhor.
Ontem, no entanto, experimentei a teologia do paradoxo. Senti como o desespero pode dar lugar à gratidão e a gratidão é o caminho para que se possa atingir alguma paz. Há algumas culpas que me são verdadeiramente insuportáveis, ao ponto de me tolherem os dias e roubar o sossego. A culpa de conspurcar algo que é belo, que foi sendo construído com toda a verdade, alma e coração rouba-me. Tudo. O sossego, a paz interior, a vida. Uma culpa que apenas pode ser suavizada pelo perdão. O paradoxo é que por maior que seja a culpa, o mais pequeno vislumbre de perdão é recebido como a maior das Graças. E a maior das gratidões!
20170328
Submerso pelo que tenho que fazer, lá vou dando Graças. Pelo imenso que tenho que fazer. Eu sou o exemplo vivo da imensa sabedoria do Padre Américo, para quem o que importava era ocupar os jovens. Nem que fosse, hoje, pegar num paralelo daqui para o colocar acolá apenas para depois, amanhã, o retirar de acolá e voltar a colocá-lo aqui. Enquanto se faz, não se pensa. Faz-se. Anda-se meio entorpecido, meio adormecido pelo imenso e as coisas vão sendo varridas para debaixo do tapete à espera de melhores dias. O problema é que há coisas que não acabam por decreto. Nem que seja interior. Ou o meu botão on off está está como tudo o resto em mim, tem falta de pilhas, ou então não percebo nada disto. Eu não consigo ligar e desligar das pessoas e dos acontecimentos das pessoas, e do espaço que elas ocupam cá por dentro, apenas porque me apetece. Eu até posso discutir e chatear-me e detestar o que oiço e até - caso raro - achar tremendamente injusto quando me acusam de alguma coisa, que isso não muda absolutamente nada. Devo ter um defeito de fabrico qualquer que faz com que permaneça apenas o que de bom dissemos e fizemos e sentimos e vivemos e tudo o resto se apague com uma rapidez estonteante. Perco a memória das discussões, do desagradável, das acusações, e até da dor sentida - a provocada faz parte do departamento dos inamovíveis - e recordo, e sinto, e revivo, efetivamente, a doçura e o olhar e a voz e outras coisas que tais que me dificultam a ausência de forma irremediável. E depois acontece-me o que aconteceu hoje, durante a eucaristia, em que os sentimentos vêm todos ao de cima ao mesmo tempo e é o cabo dos trabalhos.
Enfim!!!
20170327
Não me recordo de viver uma Quaresma pacificado. Talvez deva ser assim. Talvez seja esta a minha forma de percorrer a via sacra - uma das minhas orações preferidas, desde sempre! - talvez seja esta a minha maneira de, pelo menos nesta altura, me encontrar com o meu Deus.
Habito algures, entre o que irremediavelmente sou e o que gostaria de ser. Uma espécie de terra de ninguém, como aquele que vejo nas fotos dos muros de Berlim. Vivo permanentemente entre ambos os lados do muro a vaguear de um lado para o outro, sem sentir que pertença inteiramente a qualquer um dos lados. Talvez viva mesmo em cima do muro, como sabiamente me disseram há uma eternidade, e que tanto me questionou na altura. Ou talvez essa terra de ninguém, onde nada se cultiva e nada cresce, seja efetivamente a minha terra. Talvez seja essa a minha pertença. Talvez seja por isso que tanto deteste as situações de transição, que não são carne nem peixe. Talvez seja por isso que fale tantas vezes na impossibilidade de se desejar sol na eira e chuva no nabal. Talvez seja por isso que privilegie de forma tão intensa aqueles que têm a sua terra, própria, inteira, e a conseguem defender contra tudo e contra todos. Talvez seja por isso que gosto tanto daquela sensação de andar com a mochila às costas, do efémero, do HAA, Hoje, Aqui e Agora. Talvez seja por isso que ando tão cansado de andar à procura de pouso, de terra minha, de terra firme, onde consiga instalar mais que uma mera tenda para passar alguns dias. Talvez eu não seja feito para passar mais que apenas alguns dias. Talvez seja isso mesmo que eu sou: efémero.
20170325
Hoje acordei a pensar nas minhas dívidas. Dívidas, sim. Aos cinquenta sou um homem profundamente endividado. Até à medula! E são dívidas daquelas que nunca se quitam, nunca se apagam, nunca dou por saldadas.
Umas são mais pequenas, mais concretas, mais situadas num tempo e momento específicos. Fica a gratidão, que nunca se apaga, fica a memória, fica a ligação, indelével, fica aquele saborzinho a bom no coração que aparece logo que a vida permite que os nossos olhares se voltem a cruzar.
Outras são maiores, decisivas em algum momento, e constituem uma das partes mais deliciosas da minha vida. Consigo distinguir claramente quem eu era e quem passei a ser, há um antes e um depois absolutamente claro, distinto, muitas vezes decisivo. É como se essa dívida constituísse um lago para o qual me detenho a contemplar deliciosamente de tempos a tempos. Dívidas de gratidão, daquela gratidão boa, reconciliam-me sempre comigo. E com a vida!
Mas há outras. Dívidas. Dolorosas. Tremendamente dolorosas. De vergonha. Em cujas crateras não se formam lagos mas permanecem, intactas, vazias, penosamente vazias. Não são tão numerosas quanto os lagos mas são mais presentes. Também para elas me detenho a contemplar. O vazio. O seu vazio. O vazio que esse vazio provocou em mim. O vazio que provoquei na vida de alguém. Alguém necessariamente próximo. Alguém necessariamente importante. Alguém necessariamente muito amado por mim. Alguém irremediavelmente desiludido comigo.
Sei que estas crateras me farão companhia até ao último dia da minha consciência. Sei que acordarei com elas porque todos os dias acordo com elas. Sei que baixarei o olhar de vergonha quando esses alguéns se cruzarem comigo e me confrontarem com o meu próprio vazio. Sei que nada, jamais, limitará ou ensombrará e muito menos apagará a culpa do vazio. E sei também que não terei outro remédio senão aprender a viver com elas. As pessoas. As crateras. E os imensos e indeléveis vazios que ocupam em mim.
Estas dívidas, as boas e as más, as leves e as pesadas, ajudam-me a perceber que tenho uma história. Que fui construindo uma história. A várias mãos. A vários pés. A vários corações.
Mas que é a minha história.
E é com ela que acordo e adormeço todos os dias.
20170324
Estou com um problema. E o Papa Francisco ontem não me ajudou em nada. Tenho que escrever um artigo sobre Fátima para o jornal da minha paróquia e, se andava às voltas com isso na cabeça, ontem a coisa complicou-se um pouco.
Não lido muito bem com esta coisa dos milagres. Então se os milagres forem espetaculares, mais dificuldade tenho! Lembro-me logo que Jesus, depois de os operar, pedia para não contar a ninguém. E que, enquanto Ele pretendia que os milagres ficassem ocultos dos olhares da multidão, privilegiava estes olhares nas suas atitudes e gestos simples da edificação do Reino. Como se recusasse os passos de "mágica" e se concentrasse naquilo que está ao alcance de todos.
eApesar de gostar muito mais de Maria como Mãe atenta e cuidadora, eu gosto de Fátima. Que, como em muitas coisas importantes na minha vida, sinto como um paradoxo. Gosto muito da forma como me sinto no recinto, como rezo lá, como me entrego à Mãe. E como me sinto acolhido por Ela. Fátima é como uma das minhas casas da Fé. Tenho outras, com Taizé à cabeça, mas Fátima é também a minha casa. E isto para mim é o mais importante de Fátima. Por isso faço um esforço por deixar para segundo plano as histórias dos milagres e o comércio e o mau gosto das redondezas e a confusão e até o cumprimento doloroso das promessas, que me custaram sempre muito a entender e tive que aprender a respeitar.
Não precisava nada que o Papa dissesse que os pastorinhos são santos e prescindiria com muito agrado desse lado folclórico das aparições em nome da discrição da partilha da fé em comunidade.
Sim, eu sei. Se não existissem as aparições não existiria Fátima como ela é, E se não tivessem existido os milagres, Cova da Iria seria apenas mais um lugar entre tantos ignorados no mapa.
Pois. eu avisei.
Fátima é um paradoxo.
Como tantas coisas na minha fé.
E na minha vida!
20170323
Uma das minhas maiores e mais naturais consistências é a minha arte de meter água. Não me consigo limitar a meter água como toda a gente mete água: parcimoniosamente, com estilo, como quem não quer a coisa para que a coisa não se note muito. Eu não. Não vou em modinhas. Quando meto água remeto-me para coisas em grande: o dilúvio, com Noé à cabeceira, ou então, nos momentos menos maus, aquelas ondas bigalhonas da Nazaré mas comigo sem prancha e a partir-me todo pelo meio.
Confesso que até poderia (con)viver vem com isso se a água que meto não arrastasse mais ninguém. Se - voltando a Noé - a minha água fosse meio de salvação - conheço alguém que é isso mesmo: água que salva! - ou, pelo menos, se conseguisse que os outros se mantivessem em terra firme e com a distância afetiva suficiente que lhes permitisse gozar o panorama e tirar belas fotos a partir da segurança das margens.
Volta e meia sinto um impulso enorme em me desligar de tudo isso. Se tiver que meter água, se tiver que me afogar, ao menos que seja apenas eu e afogar-me. Normalmente não há baixas de maior, casualties, como se diz nos filmes, e as únicas equimoses são as que marcam a história do meu corpo. E da minha alma. Desta vez, no entanto, é diferente. Não naufraguei sozinho.
E essa dor de quem se ama dói como o caraças!
20170318
Quem partilha caminhos e terraços e luares e dores e alegrias, está destinado a permanecer. A vida até pode promover momentâneos afastamentos mas fá-lo apenas momentaneamente, circunstancialmente. Na realidade, nós vamo-nos acompanhando. à distância, mas sempre sob o nosso mútuo olhar atento do amor.
Quando falo em amor referindo-me a amigos lembro-me sempre do Ascenção, que nunca teve medo das palavras. Quando dizia a um amigo que o amava sabia bem o que dizia. Não retirava peso algum mas não se coibia em dizê-lo apenas por temer más interpretações. Eu próprio aprendi isso com ele mas não consegui fazê-lo por muito tempo. Talvez fosse falta de convicção da minha parte. Talvez ficasse farto das confusões e das bocas que daí resultaram. No entanto, se deixei de o pronunciar, nunca deixei de o sentir. Referi já por muitas vezes que a amizade é para mim uma sublime forma de amar. Pela liberdade, pela plenitude, pela paciência, pela verdade.
Não se pode, contudo, confundir as coisas. Amar um amigo é muito diferente de amar alguém com quem se quer partilhar o quotidiano. Por muito intensa que seja a relação com um amigo - e os meus escassos amigos não têm idade, sexo, condição social ou raça (o que já me provocou alguns dissabores) - afetivamente voltamos sempre para casa, para a nossa casa, para o nosso reduto. Mas quando amamos ao ponto de partilhar a vida e o quotidiano, a nossa casa afetiva nunca é apenas nossa. E essa é ainda uma liberdade, plenitude e verdade ainda maiores.
Por isso é tão intenso e saboroso!
Por isso é tão difícil de manter!
20170314
Ainda ontem, quando alguém que não faço a mínima ideia onde está - maravilhas da tecnologia! - me perguntava como estou eu respondi "Á procura, como sempre. A tentar caminhar, como sempre!" e quando lhe disse que tinha chegado de Taizé respondeu-me "eu sei quem tu és".
Haja alguém que o saiba!
Recordei, em Taizé, duas das minhas "teologias" preferidas: a do paradoxo e a do provisório. A conversa by sms de ontem, recordou-me justamente a minha descoberta da teologia do paradoxo. Como acontece sempre que me querem desinquietar, comecei por estrebuchar e me agarrar às minhas próprias convicções e ideias e só mais tarde, muito mais tarde, aquela conversa começou a conquistar o seu lugar e sentido dentro de mim. Curiosamente - ou não, não há coincidências! - estes últimos tempos têm sido de um enorme e tremendo paradoxo na minha vida. O sol na eira e chuva no nabal, que eu tanto apregoava - esta minha mania de cuspir para o ar tem que acabar! - assenta em mim como uma luva neste exato momento, em que eu ando num tem-te não caias que parece nunca mais ter fim. Se há altura em que vivo o paradoxo é justamente esta, e isso liga-me à dinâmica do provisório, do Ir. Roger.
Desde sempre tive a firme convicção que aos 50 seria velhote. Bom, velhote, velhote, talvez não, mas que estaria minimamente resolvido. Teria a minha vida completamente definida, com os meus horizontes bem traçados, bem claros, e limitar-me-ia agora a gerir o meu tempo, a minha paisagem, a saborear as conquistas que, com a Graça de Deus, nem foram assim tão poucas quanto isso. Não me passava pela cabeça que as convulsões internas seriam insaciáveis, que a vontade de ser mais e ir sempre mais além nunca fica satisfeita, que faz parte deste desejo interior e profundo de encontrar sentido o não acomodar, o inquietar, o perturbar, devidamente acompanhado com um permanente sentimento de perda e de culpa e total ausência de uma serenidade que não seja fugidia... e fugaz.
A vida, com a sua imensa sabedoria, levou-me a perceber que aquilo que me é verdadeiramente importante cabe com facilidade numa mochila ainda mais pequena que a que levo a Santiago. Que se hoje mudasse de casa, de país, de continente, iria de saco vazio, peito cheio e alma a transbordar. E que - o paradoxo! - provavelmente seria nesse largar tudo que tudo conquistaria.
A começar por mim próprio!
Já só me falta a coragem de avançar!
20170310
Eu tenho, naturalmente, várias personagens bíblicas favoritas. Job, Isaías, o centurião, Pedro, o bom ladrão. Algumas delas, como o centurião, representam o que eu gostaria de ser. Outras, como eu me identifico em determinadas alturas da minha vida. No entanto, como pano de fundo da esperança, tenho sempre o bom ladrão como referência. Aquele "hoje mesmo estarás comigo no paraíso" foi - é? - muitas vezes a único depósito de confiança, a minha única réstia de esperança.
Talvez por isso procure tanto. Talvez por isso tenha esta maneira de olhar os outros nos seus olhos, vendo para lá dos seus olhos, descobrindo quem está para além do que todos aparentamos ser. Talvez seja este desejo meio incontido, quase inconsciente, de tentar descortinar em cada um daqueles que se cruza comigo aquele que me diga que hoje mesmo estarei no paraíso.
Ontem na catequese - que escola é para mim dar catequese a miúdos! - falavamos justamente desse paraíso, desse reino de Deus que todos os dias somos chamados a construir. Eu, que tenho sido um fraco construtor do reino, talvez ande permanentemente à procura dessa réstia de salvação, dessa possibilidade de encontro com aquele que me possa resgatar das profundezas de mim mesmo, ainda que no meu último suspiro. Por vezes, agarro-me a isso como se fosse tudo o que me resta.
Algumas vezes é.
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