Uma destas noites, enquanto nos despedíamos, em família, das férias com uma caminhadazita na Foz, um dos sítios preferidos do nosso mundo, conversávamos como foi importante este tempo de reencontro. Deu para parar, para namorar, para fazermos coisas juntos e separados, para recarregarmos baterias, colocar o trabalho em ordem, para passearmos e conhecermos coisas novas. Um tempo muito bom e muito importante para nos reencontrarmos uns nos outros.

A minha mais-que.tudo passou uma parte substancial do tempo a tentar organizar a imensidão de fotos que estava espalhada por imensos álbuns, gavetas, livros e prateleiras. Durante mais de uma semana a nossa mesa da sala esteve impraticável tal era a profusão de fotos de passeios, aniversários, baptizados e comunhões. Como tudo o que se passa em família se passa em nossa casa, e ainda por cima somos muitos, temos um manancial de recordações verdadeiramente encantador e invejável.

Eu normalmente não ligo muito a fotos nem a este tipo de recordações. Como sou o fotógrafo de serviço, tiro bastantes, arquivo-as e raramente lhes volto a por a vista em cima. Desta vez, no entanto, foi incontornável fazê.lo. Não sem algum custo, porque descendo em linha directa de uma família de lágrima fácil e rever todos aqueles momentos da nossa vida é fazer uma viagem ao que de melhor fomos vivendo. Voltar a recordar os passos dos nossos filhos, as casas onde vivemos, as experiências, todas elas únicas, das nossas férias, dos nossos passeios, dos nossos melhores momentos - quem é que tira fotos dos momentos de dor? - das nossas conquistas mútuas e sempre partilhadas, é, de certa forma, voltar a vivê-las. E isso é muito bom.

Ontem à noite, por causa de um acontecimento que não é para aqui chamado, pus-me a pensar na imensidão que se tornou a minha vida apenas porque, nos momentos mais decisivos, tive a sorte de escolher o que devia, quem devia, e não me deixei encantar pelo mais ilusoriamente fácil.

Deus seja louvado!

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