Acontece-me isto, por vezes: olho, olho e não vejo nada.

Na semana passada deparei-me com esta frase e não a percebi. Não podia, de facto, tal era a correria em que estava metido. Reuniões em cima de reuniões, preparações em cima de preparações, e eu passo, de repente, a estar em "modo trabalho". Fico completamente focado no imenso que tenho que fazer, no imenso que tenho que preparar, na ânsia que não falte nada, que não escape nada, para que depois, quando a altura chegar, possa usufruir. Não é mau que assim aconteça, pelo contrário. A questão, no entanto, é que nessas alturas tudo o que não é trabalho me passa quase completamente ao lado. Quando chego a casa lá vou conseguindo alguma disponibilidade para os que amo, mas  nem sempre a cabeça está lá.

Nem mesmo quando durmo!

Houve um tempo na minha vida em que eu funcionava em "modo trabalho" vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, trezentos e sessenta e cinco dias por ano. Não conseguia nunca descontrair verdadeiramente, não conseguia estar com os meus de corpo e alma, não conseguia encontrar tempo ou disponibilidade mental para fazer uma pausa, para separar as águas. Desses tempos ficou-me ainda uma verdadeira incapacidade de estar mais de quinze dias longe do que tenho que fazer. Ainda este ano isso me aconteceu! Nessa altura fui um completo desastre, para mim, para o meu trabalho, e muito particularmente para aqueles que me amam. Quando tive a oportunidade de me refazer, prometi que nunca mais deixaria que voltasse a acontecer.

E cumpri.

Esta semana a custo. A muito custo. Mas cumpri.

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