Há uma velha frase que diz que não se deve voltar ao sítio onde já se foi feliz. Naturalmente, não compro. Nunca compro estas frases feitas, apesar de por vezes gostar mesmo muito delas. E nunca compro porque não há como a vida.

No sábado voltei a um lugar onde já fui muito feliz. Vi pessoas que me dizem muito, de quem gosto muito, e às quais voltaria de muito bom agrado... se a minha vida fosse outra. Nunca lhes consegui explicar isso. Nunca lhes disse, de forma a que me entendessem, porque saí, porque não voltei, porque não voltarei. Nunca lhes disse que, justamente porque são uma parte muito especial de mim próprio, não conseguiria nunca ser pela pela metade, na retranca, a olhar por cima do ombro. Nunca lhes consegui explicar que nestas coisas  da fé ou estou todo ou não consigo estar, e com eles, não me era possível estar mais. Por muito que o quisesse. Por muito que o queira ainda.

Na semana passada, em conversa com a Pat, explicava que tinha aprendido a amar à distância, sem interferir, aceitando as pessoas tal qual elas são, sem impor regras ou condições. Talvez por isso tenha descoberto que a amizade é o mais nobre dos sentimentos: ama sem exigir absolutamente nada: nem tempo, nem presença, nem sequer partilha de objectivos ou formas de vida. Sou amigo de pessoas que nada têm a ver comigo, com aquilo que eu defendo ou quero para mim e para os meus. Contudo, porque o que nos une vai bem para além disso, tenho a certeza que, apesar de não estarmos juntos há algum tempo, bastaria uma sms para voltarmos a traçar caminho. Juntos.

O pessoal do RH+ não teve um papel importante na minha vida: tem um papel importante na minha vida. Porque, apesar de tudo, sigo-os atentamente, tento saber dos seus caminhos, das suas pequenas e grandes vitórias e derrotas quotidianas. Porque ainda as sinto como se fossem minhas.
Ainda que eles próprios não entendam porque saí.
Ainda que eu próprio, por vezes, também não o entenda.

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