Há muito que deixei de tentar que os outros entendessem a minha forma de amar. É daquelas coisas. De fora, por muito que olhem, por muito que tentem ver, por muito que eu tente explicar, por muito boa vontade que haja - e nem sempre há - não conseguem entender. Por vezes, nem mesmo aqueles a quem amo o entendem, quanto mais os outros! Eu percebo. A linguagem do amor apenas é entendível por dentro. E nem sempre!

Esta semana festejamos o primeiro aniversário do ER. A confusão da festa não era nada de especial para nós, habituados que estamos àquela imensa energia e excitação, até porque se conciliava a festa com o primeiro dia, com o calor, com os convidados especiais. Mas a cara assustada destes, os olhares de pena que volta e meia nos lançavam e o seu olhar geral de pânico, dizia-nos bastante. Eles não sabem como são os miúdos, não os conhecem, não estão lá senão de passagem e por isso não entendem como é possível encontrar neles outra coisa que não seja a algazarra e os gritos e as brincadeiras típicas dos miúdos traquinas de bairro. No final alguns amigos vinham ter connosco com ar de comiseração como se fosse para nós um tremendo sacrifício. E às vezes até é. Mas normalmente - ontem, por exemplo foi um desses dias - saio de lá com o peito cheio e a sensação que o meu trabalho vale mesmo a pena, faz mesmo a diferença. E só isso vale a aposta de uma vida.

Porque isto é amor, é amar, por isso é natural que apenas o perceba quem está por dentro, quem mergulha de corpo inteiro e encontra nessa forma de vida a sua própria forma de vida. Não é melhor nem pior que outras forma de amar. Não é melhor nem pior que dedicar-se aos alunos. Não é melhor nem pior que ser criador de bom ambiente entre os colegas de trabalho, qualquer que seja a atividade que se desempenha. Não somos especiais de corrida... temos é a felicidade de ter encontrado a nossa forma de amar.

Quem poderá dizer o mesmo?
Quem é feliz, certamente!



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