Não tem sido uma semana fácil, esta. E ontem, então, todo o dia sem noticias porque o Costa Serena estava em alto mar, foi mesmo muito difícil. 

Não estamos nada habituados a vivermos separados. Uma parte importante do nosso quotidiano é vivido a (pelo menos) dois, onde tudo vai sendo partilhado, tudo vai sendo conversado, num rame-rame feito de continuidade com o mínimo de sobressaltos possível. O chegar ao fim de um dia e não a ter junto a mim, ou à minha espera, ou não estar eu à espera dela, o não poder ouvir tudo aquilo que se passou no seu dia - eu sou muito mais de escutar - não a poder admirar em toda a sua imensa capacidade de se entregar aos outros como um bombeiro em serviço permanente, é sentir esvaziar esse dia, é perder-lhe o sentido, é perder-me no sentido que o dia devia ter.

Eu sei que nenhum de nós é imortal, sei que o nosso casamento é tudo menos garantido - é preciso regar as flores... - sei que a separação, se não muito longa, nos faz muito bem, sei que ambos precisamos do nosso espaço, que reivindicamos esse espaço, sei que precisamos de respirar, um sem o outro, e que o fazemos bem porque temos muitos amigos com quem o podemos fazer, sei que ambos precisamos por vezes de apanhar um outro ar que seja apenas nosso. Mas sei também que temos sempre para quem voltar, ansiamos voltar, e sabemos que nos esperam, ansiosos, para escutar aqueles coisas cujo valor reside essencialmente na possibilidade de as partilhar com quem nos ama.

Olho para a sms acabadinha de chegar "... é só mais uma noite sem ti..." 
Sorrio. 
Já falta pouco.
Deus seja louvado! Vou voltar a sentir-me completo.

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