Deparei-me hoje com este cartaz. E fez-me - como sempre me faz - alguma impressão o último ponto. O que se quer dizer com "God First"? Como pensa alguém que é capaz de pedir isso? 

Lembro-me de uma altura da minha vida em que não era mesmo capaz de dizer isso. Eu, que sou obsessivo em conhecer o que penso e porque o penso, em saber o que sinto e porque o sinto, não conseguia colocar Deus acima de todos aqueles que amo. Nem encontrar qualquer sentido em fazê-lo. Sei perfeitamente que, apesar de ser um homem de fé, de estudar a minha fé, de a ter enraizada na minha vida, não conseguiria renunciar aos meus em nome de um deus que o exigisse. 

Mas também, por que raio haveria esse deus de o fazer? Com que intenção esvaziaria a minha vida, secaria a minha fonte privilegiada e mais abundante de amor e felicidade? Não faz sentido. Nada disso faz sentido. Por isso nunca afirmo que coloco Deus em primeiro lugar, acima de todas as coisas. Nunca digo que me podem tirar tudo, que eu fico bem desde que tenha Deus do meu lado. É história. Tirem-me os meus, tirem-me os amigos, tirem-me esta partilha de que é feito o meu quotidiano e tiram-me Deus. Porque o meu Deus, Aquele que amo, Aquele que estudo, Aquele no qual acredito profundamente, não é uma entidade abstracta que se entretém a por e a dispor da vida das pessoas. O Deus em quem acredito está nas pessoas do meu quotidiano, vivo, actuante, incarnado. E acredito que apenas posso colocar "God First" se o fizer com as pessoas.

O resto é conversa para freguês ver.

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