Eu acredito nisto. Ainda esta semana tive a prova em como, naturalmente, sou assim.

Esta semana a minha mais-que-tudo esteve fora. Todos dos dias da semana estive sem ela, apenas comigo, recolhido, no meu canto. Como sempre acontece, isso causou estranheza a muita gente, que se entreteve a descobrir motivos para o meu quase isolamento: saudade, tristeza, solidão...

Dou-me muito bem comigo próprio. Por vezes (tantas vezes!) gosto de estar só, de caminhar sozinho, de comer sozinho, e quando tenho que estar num acontecimento mais social, a minha condição natural é a de me refugiar a um canto, observando, sozinho, a vida (dos outros) a acontecer.  Não é solidão, é por opção, por escolha, por conhecimento de mim e, essencialmente, por conforto. Não gosto, não sei, não quero saber fazer aquelas conversas de circunstância, para deitar fora, para ocupar tempo. Talvez seja por gaguejar e cada palavra dita implicar um determinado esforço da minha parte, mas adoro conversar mesmo, com assuntos sérios, que são capazes de transmitir algo de substancial, e normalmente o que as pessoas querem nestas alturas é espairecer, é falar de coisa nenhuma, e isso não é fácil para mim - a não ser com aqueles que me conhecem verdadeiramente bem.

Quando eu não consigo ser assim, como realmente sou, só digo e faço disparates. Quando começo a deitar conversa fora, quando me apercebo que a estranheza passa a incómodo, então desato a falar, a brincar, a exceder-me nas brincadeiras e nas palavras e, por norma, arrependo-me das minhas figuras de urso. 

E são tantas!

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