Acabei agora de ler isto http://expresso.sapo.pt/tenho-14-anos-fumo-bebo-e-sou-muito-cool=f720365#commentbox e confesso que continuo sem perceber como é que miúdos têm tanta pressa em cometer erros tão maus.

Quase todos os meus filhos já passaram pela adolescência e sei bem as dores de cabeça mútuas que a batalha quotidiana entre pais e filhos provocam. Na realidade, nunca temos a certeza se estamos a agir da forma mais correcta, se não estamos a exagerar na superprotecção ou, pelo contrário, na liberdade que concedemos. Nunca temos a certeza acerca do grau de confiança que vamos tendo nos nossos filhos e o mais provável é agirmos ambos na base tentativa-erro até irmos afinando. Eu, que tenho 5 filhos, sei por experiência própria - e deles - que o facto de um deles não fazer asneiras numa determinada situação não garante que outro não as faça, ou que até o mesmo as faça numa outra oportunidade. Ou seja, não há nisto - como não há em qualquer matéria referente à educação dos nossos filhos - qualquer fórmula mágica, qualquer receita pré-concebida, qualquer sabedoria que eu consiga transmitir seja a quem for. É um caminho, por vezes fácil, por vezes muito penoso, feito de muita conversa, muito dialogo, muita presença, e também algumas alegrias e desilusões. Descobrimos que os nosso filhos não são perfeitos, não são assim tão diferentes, não vivem em redomas e são cidadãos do mundo.

Ainda assim, ainda que já tenha perdido a inocência da adolescência dos meus filhos, há coisas que simplesmente não consigo entender. Que alguém vá para uma festa e se embebede estragando a sua festa e a dos seus colegas; que alguém se entregue intimamente a outra pessoa com quem não tem um projecto (pelo menos um projecto!) sólido de partilha de vida afectiva; que alguém escolha sistematicamente a alienação seja por que substância for para se esconder, sistematicamente, de si próprio.

E isto não tem nada a ver com estes nosso tempos - ainda que hoje tudo seja mito mais facilitado - porque já no meu tempo era assim.

O que não faz com que consiga (ou queira) entender.

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