20120121
Sempre que lhe digo que eu gosto mesmo é de pessoas, ela torce-se toda. "Até pode ser verdade, mas o que fazes na realidade por elas? Como combates o teu comodismo crónico?"
Acabo sempre por concordar com ela. Afinal, ainda ontem, enquanto via a quantidade de alunos que, motivos pelas suas ideias, pelos seus projetos, pelo seu exemplo e pela sua ação incisiva, se dedicavam a ensinar outros alunos, pensava em como estou casado com uma mulher extraordinária. Difícil, claro. Mas extraordinária.
A forma como ambos gostamos dos outros não podia ser mais diferente: ela muitíssimo mais interventiva, operativa, muitíssimo mais ação; eu, como (quase) sempre e em (quase) tudo, mais à distância, mais observador, vendo as pessoas como quem vê um quadro de Picasso: admira-se, não se mexe.
Por vezes é-nos tremendamente difícil conciliar os nossos tão díspares olhares. Quando caímos na esparrela de reivindicar louros, então, entramos numa espiral decadente de estupidez que, felizmente, nunca dura muito tempo. E a estupidez é que nos esquecemos com demasiada facilidade que temos esse enorme privilégio de vermos coisas diferentes, de fazermos coisas diferentes, de conquistarmos coisas diferentes, e que dessa forma, juntos, somos muito mais complementares.
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