Não são muitas as alturas em que me permito a saudade. Normalmente sacudo-a com facilidade e concentro-me na tarefa de colocar o olhar no caminho a fazer. Mas esta semana estive com muita gente boa que tem esse condão de me transportar para bem longe daqui, para um lugar que o tempo se vai encarregando de carregar com cores cada vez mais coloridas e distintas, para um lugar que o tempo se vai encarregando de tornar cada vez mais mágico.

Ainda agora falávamos de um terraço, de um luar, de um ambiente, de uma partilha, de longas conversas sem tempo nem modo, que vagueavam ao sabor daquele clima quente. Deu-me vontade de fazer como via no Espaço 1999, de me meter aquela transportadora que nos desintegrava no local onde estávamos e nos reconstituía no local onde queríamos estar. Eu ia. Agora mesmo. Rapidinho. A tempo de voltar para o jantar. Só para poder voltar a saborear a magia que nos acompanhou todo aquele tempo.

Um outro pensamento começa a formar-se cá por dentro. Até aqui ainda fui matando as saudades com aqueles que via, quase todos os dias, por aqui a vaguear nos corredores. Com os que aqui não estão, volta e meia vamos contactando, eles vêm cá, vamo-nos vendo, mandando umas bocas no facebook como forma de enganar a distância. Sabemos, contudo, que isso sabe a tremendamente pouco. E dou comigo a pensar como irá ser no próximo ano, quando já nenhum deles andar por aqui, quando já não nos cruzarmos nos corredores, quando ficarmos todos reféns do computador para, pelo menos, tentarmos enganar a distância.

Não vai ser fácil.

Para nenhum de nós.

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