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Uma das boas novidades deste tempo de reclusão é o que posso fazer com o tempo. Tento dedicar os primeiros momentos da manhã à informação, depois algumas horas ao trabalho, que, inevitavelmente, não me ocupa todo o dia. Então leio, vejo filmes, e, retomando um velho hábito que tinha desde miúdo mas que entretanto larguei, vou apontando aquelas  frases e pensamentos - dessas leituras e desses filmes - que me inquietam e escrevo a partir delas. Nos momentos em que o faço o tempo comprime-se, como se vivesse dentro de um parêntesis: por um lado retorno à infância e adolescência; por outro lado é como se antecipasse a reforma. Há quem precise de jardinar, há quem necessite de passear, há quem sinta o nervoso miudinho de não ver o mar. Eu preciso  de pouco: que os meus estejam bem, de uma boa net que me permita ler e ver, de um papel e caneta que me permita escrever, de fazer as minhas caminhadas em regime de namoro ou em regime de podcast solitário. Tendo isso, podendo ter e fazer isso, dificilmente darei os meus dias por desperdiçados.

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