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Uma das manifestações de solidariedade nacional mais marcantes para mim foi por altura da questão de Timor Leste. Num determinado dia, creio que ao meio dia, combinou-se um minuto de silêncio nacional. Recordo-me que nessa altura eu ia na VCI e parou tudo, absolutamente tudo. Desligamos os carros, alguns de nós saímos deles, os camiões pararam, alguns deles buzinaram durante todo aquele minuto, que me pareceu, na altura, longuíssimo e extremamente emocionante.
Hoje, às 11:00, fomos para a cozinha da Vó. E rezamos o Pai-Nosso. Na Renascença, rezava também o Papa Francisco e, connosco, acredito que alguns milhares de pessoas.
Durante esta quarentena o extremo tem encontrado o seu lugar. As mortes são tantas e tão quotidianas que quase me anestesiam, pelo menos enquanto os meus não forem atingidos. Todos os noticiários, de todas as horas, de todos os canais de informação, tratam o COVID-19 até à exaustão. É tudo muito esquisito, inacreditável, de tão mau. às vezes penso que estamos ainda entorpecidos à espera que o filme acabe. Ao mesmo tempo, todos os dias, a todas as horas, as melhores manifestações de solidariedade, de empenho, de viver em função dos outros. Hoje um padre italiano prescindiu do ventilador que a paróquia lhe tinha dado para lhe salvar a vida, em favor de um jovem que estava ao lado dele. Exemplos como este há imensos, e significativos.
Acredito que tudo isto mudará alguma coisa em nós e na forma como vivemos a vida. E, otimista como sou, acredito que será para melhor.

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