El problema no es la jaula o el pájaro, o el pájaro dentro de la jaula. 
El problema es la jaula dentro del pájaro.  
Jorge Ampuero


Acabei de ler. às vezes leio, vejo, oiço coisas destas, que imediatamente sinto que me têm como destinatário.

As minhas jaulas, a minha preocupação em identificá-las, em pensá-las, em libertar-me de umas e permitir-me outras, são uma constante na minha vida desde que me reconheço cm capacidade para me refletir. É um daqueles casos em que o meu instinto e o meu consciente andam normalmente de candeias às avessas. Instintivamente, rejeito tudo o que me limita. Quando sou confrontado com qualquer tentativa, deliberada ou não, de condicionamento, reajo sempre de forma negativa. Sempre. O meu primeiro impulso é barafustar, normalmente com um travo a Contumil. Depois, quase sempre imediatamente a seguir, o sangue chega finalmente ao cérebro e percebo que é impossível fazer escolhas sem as correspondentes implicações na minha vida. O curioso, que atesta bem a paradoxalidade da minha personalidade, é que odeio sentir-me preso com a mesma intensidade com que odeio sentir-me liberto. Ou que não me queiram prender. Ou que não seja suficientemente importante para que alguém me queira prender.

Sonhei sempre opostos. Pai e Explorador. Eremita e Dinamizador. Exposição e Recolhimento. Festa e Silêncio. E na minha vida escolhi sempre, sempre, o que me prendia, quem me prendia, quem me segurava, quem me dava raízes para que eu me pudesse ganhar asas.

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