Amar é muitas coisas, de muitas formas, sem regras pré-definidas, sem comos nem porquês. Amar não tem tratados nem muros ou modelos. Não tem géneros ou idades ou "deveria ser" e muito menos "não pode ser". Amar não tem conveniências nem alturas melhores ou piores ou choques alheios. amar não tem posse nem dono ou senhor e a única regra permitida é a da entrega na liberdade absoluta.  Amar apenas vale quando se ama, o que quer que amar queira dizer, porque cada pessoa tem a sua maneira própria de amar, cada duas pessoas têm a sua maneira própria de amar, que pode não ter nada a ver com a minha própria maneira de amar. Amar não tem retas ou estradas asfaltadas mas caminhos e curvas e altos e baixos e acidentes e percursos acidentados por causa desses acidentes e percursos acidentados ainda que aparentemente não haja acidentes porque quando se ama tudo é tudo e nada é nada.
Esta mania de ensacarmos as formas de amar para as podermos levar convenientemente para casa e as podermos arrumar convenientemente nas prateleiras e as podermos exibir tão convenientemente às visitas lá de casa e aos amigos e aos conhecidos e aos familiares e às comunidades e grupos onde nos inserimos podem-nos sossegar a mente mas muitas vezes sobressaltam-nos o coração. Temos, ou melhor, tenho por vezes alguma dificuldade em deixar fluir, em desensacar, deixar que apanhe ar, abrir-me ao que poderá vir porque acredito, ou digo que acredito, que do amor só poderá vir coisa boa. E acredito que, ainda que aparentemente não seja bem assim, do amor efetivamente, apenas pode vir coisa boa. E acredito ainda mais  que nada é melhor ou dá mais sentido à vida que amar.

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