Ontem, no final da oração, comentava com um amigo que a visa sacra, como aquela que acabáramos de fazer, era a minha oração preferida. Desde sempre. E ele, que participara numa pela primeira vez, respondeu-me que gostara do tom de esperança que eu dera no final da oração.
Vim a pensar nisso. Em ambas as coisas. Eu sei claramente porque gosto tanto da via sacra mas nunca me tinha apercebido do tal tom de esperança que ele referia. Eu percebo bem o desespero, o dramatismo, os passos todos que Jesus dá, e eu com ele. A ideia de alguém dar a vida por alguém, de forma abnegada e sofrida, é a minha definição de heroísmo. Se a esse gesto somarmos o silêncio de que Jesus sempre se fez acompanhar, a sua não violência e até a sua não resistência, percebe-se porque ao seu heroísmo adiciono aquele quê de incompreensível que todos os super heróis têm. Um super herói muito especial que, de entre os seus superpoderes e a sua humanidade, escolhe a sua humanidade com tudo aquilo que tem de frágil. E, o mais importante para mim, na via sacra sinto-me sempre resgatado por Jesus. Particularmente na cruz e em dois momentos: o do centurião e o do bom ladrão. Por muitas vias sacras em que participe, nunca deixo de sentir que, se aqueles dois são resgatados por Jesus, talvez não esteja tudo perdido para mim.
E se calhar é essa a razão da minha esperança. Não que me tenha a veleidade de me configurar com o Cristo com quem faço aquele doloroso caminho, mas porque se calhar tenho a esperança que, em determinada altura, ele repare em mim e me leve com Ele.

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