Têm sido dias extremamente cheios.

Novas ocupações, que exigem novas responsabilidades e, sobretudo, um outro olhar, mais atento, mais decidido, com uma outra ligação ao cérebro por forma a conseguir decidir e agir da melhor maneira possível no melhor tempo possível. Uns dias passados em cima do arame, focado na permanente tentativa de manter todas as bolas no ar, tentando falhar o menos possível e, a falhar, que não seja no fundamental.

Têm sido dias de manhãs.

Com a alma a despertar novamente junto ao mar, com calma, que para correr basta o dia. Rezando a vida como eu mais gosto de a rezar, peripateticamente, tendo o frio da manhã, o mar, as gaivotas e o vento como companhia. Ganho vida e ganho fôlego para o que vem, balanceio a noite que foi e o dia que há de ser, pedindo a consciência de me sentir suficientemente amado e acompanhado para evitar asneiras recentes.

Têm sido dias de noites.

Reentrego-me aos meus, procuro neles refúgio e fôlego e serenidade. Reencontro-me com o que me é mais importante, com quem me é mais importante, redescobrindo neles o meu lugar, confirmando o seu lugar em mim, permitindo-me o alimento que brota das suas raízes que, lenta e progressivamente, voltam a ser confundidas com as minhas raízes, entrelançando-se ao ponto de formarem uma só raiz, uma só árvore.

Têm sido os meus dias

Serenamente, vou-me reconquistando. Não tenho já medo de me olhar ao espelho quando acordo, não tenho já que me esconder de mim, não tenho já que me mascarar. Visto-me de mim. De corpo e alma. Inteiros. E, assim inteiro, apresento-me à vida.

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