20170917
Vi um bom filme, ontem, com um casal homossexual no papel principal mas sem ser sobre gays. Love is Strange é um filme sobre amor, sobre envelhecer juntos, sobre o casamento, sobre família e amizade e tantas outras coisas que poderão acontecer a cada um de nós e nas quais a homossexualidade é um factor como outro qualquer.
Quando eu era muito novo fui a várias entrevistas de emprego. Invariavelmente, iniciava a conversa por declarar uma evidência ao meu interlocutor: eu gaguejo. Parecia-me uma boa maneira de ou começar a conversa ou acabar por ali. Fazia-o sempre com as raparigas que ia conhecendo, no que constituía um bom barómetro para perceber em quem valia a pena investir ou não, e aplicava a mesma receita com os meus entrevistadores. Numa dessas entrevistas, obtive uma resposta que nunca mais esqueci: "O dia em que deixares de sentir necessidade de iniciares as conversas dessa forma será o dia em que assumes a tua gaguez como normalidade".
Recordei isso ontem. Pareceu-me que aquele filme ia no sentido certo. Apenas poderemos ver a homossexualidade como algo normal à medida que a formos dispensando de tratamentos especiais. Compreendo que num dado momento teve que ser dessa forma - a primeira vez que me comovi com um filme gay foi com o Filadélfia - mas creio ser chegado o tempo de os próprios homossexuais se verem naturalmente. Talvez dessa forma deixemos todos de nos apontar o dedo, seja por despeito seja por respeito excessivo. Qualquer uma dessas formas apenas serve para os separarmos da normalidade.
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