Os ingredientes de um bom amigo são fáceis de imaginar: amar muito, aceitar algumas coisas, vontade de mudar as mais graves, frontalidade, clareza e meiguice em doses generosas e convenientemente aplicadas, amar muito, amar muito amar muito. Não é fácil que tudo isto coexista numa pessoa só. É extremamente raro que essa pessoa nos conheça e ainda por cima goste de nós o suficiente para aplicar aquela ou outra fórmula qualquer que faça de nós pessoas melhores. Por isso um bom amigo (sem qualquer distinção de género ou idade) nos é tão precioso!

Conheço pessoas que fazem uma gestão racional dos amigos. Escolhem o que dizem, quando o dizem, reservam lugares e direitos, num cuidadoso e perspicaz jogo de luzes e sombras com o intuito de salvaguardar posições interiores. Eu, nestas como em todas as coisas importantes, sou um completo estouvado. Digo o que me vai na alma, falo de mais ou de menos, ajo incoerentemente, sem qualquer apetência para a avaliação cuidadosa das consequência dos meus atos ou palavras, genuina e ingenuamente confiante que um bom abraço sentido, um beijo na testa e um encontro do olhar é na esmagadora maioria das vezes a resposta mais eficaz para os problemas do mundo. Pelo menos comigo funciona. Particularmente quando cometo as minhas maiores camelices. Que são frequentes. 

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