Não acredito em coincidências. Nem sei bem quantas vezes comecei com esta afirmação. Porque não acredito mesmo em coincidências. Acredito em pessoas e situações e momentos que Deus nos vai colocando no caminho deixando-nos a parte da resposta que queremos dar a essas pessoas, situações ou momentos.

Se há algo que tenho imensa dificuldade em discernir é o papel das pessoas na minha vida. O meu papel nas suas vidas já está despido de ilusões - salvo algumas raridades, chego, permaneço por curto espaço de tempo, e seguem à sua vidinha, como deve ser. Muito mais complexa é a sua presença cá por dentro, que teima em permanecer apesar do longe e da distância, a operar mudanças significativas na forma como vejo e vivo a vida. Não chegam de visita mas instalam-se, de armas e bagagens, no seu espaço próprio, nunca desocupado pelas memórias comuns.

Nunca consegui deixar ir. Por mais que possa ser a atitude certa, por mais que eventualmente magoe menos, por mais argumentos racionais que possa ter, deixar ir é tarefa impossível para mim. Acabo sempre por mascarar a ausência, fantasiar a presença, numa tentativa por vezes idiota de prolongar a presença, ainda que meramente ilusória, ainda que apenas cá por dentro.

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