Não. Ainda não voltei. Refugiei-me lá, no meu mundo, meu apenas, a tentar colocar a cabeça em ordem, a tentar silenciar a gritaria, a escolher possibilidades, alternativas, caminhos. Refugio-me lá cada vez mais frequentemente, numa espécie de regresso às origens, que se acentua à medida que a idade vai avançando, Com cada vez menos pachorra para tricas, com cada vez menos vontade de me justificar e tentar explicar processos que nem eu sem muito bem como acontecem cá por dentro, com cada vez maior ânsia de meter pés a caminho, por fora e por dentro, onde apenas o passo seguinte importa, por vezes sem rumo, por vezes sem rota, por vezes sem outro destino que não o que vou tendo diante do olhar a cada passo dado. Ou sonhado!

Mentiria se não dissesse que me assusta um bocado, este afastamento, cada vez mais presente, cada vez mais assíduo. Porque me é confortável, cómodo, natural. Por vezes é até desafiante, colocando-me em percursos interiores poucas vezes percorridos, onde a cada nova paisagem descubro um novo desafio, ou uma nova leitura sobre o que me vai acontecendo. Mas afasta-me. Dos outros, dos que me provocam e contestam e me fazem crescer, dos que me apoiam e incentivam e me fazem crescer, dos que comigo rezam e cantam e me fazem crescer.

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