Sou uma pessoa de palavras. Escritas, normalmente, que é a minha forma de expressão preferida, mas também proferidas ou cantadas. Adoro uma boa conversa, adoro uma boa prosa - com a poesia tenho uma relação mais difícil - adoro uma boa canção que consiga conjugar na perfeição melodia e letra. Calma e propensa à interioridade, de preferência.

Mas vivemos cada vez mais na e da imagem. E admiro profundamente a capacidade que alguns iluminados têm de, com meia dúzia de sarrabiscos, a partir de ideias simples, nos transmitirem discursos inteiros. Parece-me que são esses os que falam, verdadeiramente, a linguagem do nosso tempo.

Estas fotos despertaram imediatamente a minha atenção (e o "imediatamente" aqui é tudo menos inocente!) Exigindo não mais que um olhar, ainda que de relance, foi capaz de me interpelar a ponto de me transportar ao meu passado (os Pink Floyd foram uns dos meus companheiros de jornada), à importância fundamental do "outro", à ânsia que todos temos de, necessariamente imersos na multidão, podermos ser nós, ao direito a sermos de um azul puro e cristalino num imenso vermelho (esta foi clubística).

Bastou que alguém se tenha dado ao trabalho de dar um outro tom a um simples tijolo.

Creio que por vezes nos falta isso: darmo-nos ao trabalho, ainda que diminuto, de darmos um outro tom ao que nos rodeia.

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